A Associação Brasileira do Mercado de Limpeza Profissional (Abralimp) voltou do ISSA Show North America, considerado o maior encontro mundial do setor, destacando que a limpeza profissional deixou de ser serviço de apoio para assumir posição estratégica na gestão de instalações. Segundo a entidade, a edição 2025 da feira evidenciou impactos diretos em saúde, segurança, produtividade e sustentabilidade.
Entre as soluções apresentadas em Las Vegas, ganharam espaço robôs autônomos, sensores inteligentes, softwares integrados a facilities e aplicações de inteligência artificial capazes de definir rotas de higiene, frequência de limpeza e monitorar demanda em tempo real. Esses recursos já compõem rotinas de aeroportos, hospitais, indústrias e grandes complexos corporativos em mercados mais avançados.
Para a presidente da Abralimp, Nathalia Ueno, o setor mudou de patamar. “O futuro da limpeza profissional é digital, sustentável e integrado”, afirmou. Ela avalia que a atividade passou a ser parte da “arquitetura de saúde” dos ambientes, influenciando diretamente a experiência dos usuários.
No caso brasileiro, a associação aponta que segmentos com alta exigência sanitária e fluxo intenso de pessoas, como hospitais e aeroportos, reúnem condições para acelerar a automação. Entretanto, gargalos históricos — informalidade, falta de padronização e baixa qualificação técnica — ainda limitam uma evolução homogênea. “Temos hospitais, aeroportos e setores industriais prontos para avançar rapidamente, mas também enfrentamos gargalos históricos”, observou Nathalia em referência à necessidade de maior profissionalização.
A pressão global por práticas de limpeza verde também foi central no evento. Produtos menos agressivos, redução de resíduos, racionalização do uso de água e operações alinhadas a compromissos ambientais dominam a pauta internacional, impulso que deve se refletir no Brasil. A Abralimp informou ter auxiliado mais de 100 empresas associadas, em 2025, com diagnósticos voltados a critérios ESG e certificações reconhecidas.
Apesar da onda de inovação, a entidade defende que capacitação e formalização sigam como prioridades. A presença de produtos irregulares, mão de obra pouco qualificada e percepção limitada dos riscos sanitários exige investimentos contínuos em treinamento, certificação profissional e conformidade trabalhista.
Durante o ISSA Show, a Abralimp reforçou o diálogo com a organização internacional do evento para ampliar cooperações em inovação, capacitação e regulação. A entidade convidou distribuidores, fabricantes, prestadores de serviços e gestores de facilities a acompanhar a agenda de cursos e certificações conduzida pela UniAbralimp, ressaltando que a modernização do setor depende de engajamento coletivo.
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