
O procurador-geral de Justiça do Rio de Janeiro, Antonio José Campos Moreira, afirmou nesta sexta-feira (14) que o combate ao crime organizado exige articulação nacional permanente e políticas de Estado, e não iniciativas pontuais de governo. A declaração foi feita durante o Congresso Nacional do Ministério Público, realizado em Brasília.
“O Estado, sob pena de se deslegitimar, precisa dar uma resposta consistente”, disse Moreira ao defender integração entre os órgãos de segurança pública federais, estaduais e municipais.
Para o procurador, o Ministério Público deve operar de forma coordenada e com infraestrutura adequada, em vez de atuar isoladamente em cada unidade de execução. Ele citou como exemplo o Rio de Janeiro, onde facções criminosas, segundo ele, possuem “verdadeiros exércitos equipados”.
Moreira também chamou atenção para a dimensão financeira das organizações criminosas. De acordo com o procurador, os grupos movimentam recursos elevados, com forte poder corruptor, suficientes para afetar a economia formal. “O que há no Brasil é muito grave; a criminalidade organizada, historicamente subestimada, movimenta quantias vultosas”, observou.
Ao tratar da atuação institucional, o chefe do Ministério Público fluminense ressaltou que o órgão deve manter prudência, equilíbrio e independência, evitando posições extremas. “Não podemos aderir nem a discursos que pregam o processo penal mínimo, nem a concepções que proponham a extinção do direito penal”, afirmou.

Entre as medidas defendidas, Moreira listou a troca de informações em tempo real entre MPs estaduais, o avanço das investigações financeiras e o reforço a unidades especializadas. Ele entende que essas ações são fundamentais para responder ao poderio econômico e bélico das facções e milícias que operam em diversos estados.
O congresso reúne representantes do Ministério Público de todo o país para discutir estratégias de enfrentamento ao crime organizado e outros temas ligados à justiça criminal.

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