Anos 80 encerram Stranger Things após quinta e última temporada

Stranger Things se despedirá do catálogo da Netflix na quinta temporada, e a decisão não está ligada a falta de audiência ou de enredo, mas à impossibilidade de manter a série firmada nos anos 80, ponto central de sua identidade desde 2016.

Cada ano do roteiro corresponde, até agora, a um ano cronológico na narrativa. A trama começou em 1983 e chegará a 1987 no próximo ciclo de episódios. Avançar além desse limite levaria inevitavelmente a história para os anos 90, período cuja atmosfera cultural difere do brilho nostálgico que impulsionou a produção. A mudança, segundo os responsáveis, descaracterizaria o projeto ao trocar a inocência pop dos anos 80 pela ironia e rebeldia típicas da década seguinte.

Manter a ambientação original envolve mais do que figurinos ou trilha sonora. Referências diretas a obras de Steven Spielberg, Stephen King, games de fliperama e hits de sintetizador são parte do DNA da série. Fora desse recorte temporal, esses elementos perderiam relevância ou precisariam ser substituídos, remodelando o tom que conquistou o público.

Outro obstáculo é o elenco. Os intérpretes de Eleven, Mike, Will, Dustin e Lucas cresceram quase dez anos desde a estreia. A diferença entre a idade real dos atores e a dos personagens já é perceptível. Para preservar a verossimilhança, seria necessário acelerar o calendário interno e transportar a ação para além dos anos 80 — exatamente o cenário que a equipe pretende evitar.

Diante dessas barreiras, encerrar a série agora foi considerado o único caminho para preservar coerência estética, cronológica e narrativa. A quinta temporada, portanto, servirá como conclusão da linha principal sem comprometer a essência que transformou Stranger Things em fenômeno global da plataforma.

O término, porém, não encerra o universo criado pelos irmãos Duffer. A Netflix já desenvolve derivados, entre eles a animação Tales from 85 e a peça teatral The First Shadow, que explorará acontecimentos passados na mesma mitologia. Resta saber se produções ambientadas fora dos anos 80 conseguirão reproduzir o apelo que consolidou a marca.

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