O Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) anulou três questões do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2025 na terça-feira (18) depois que um vídeo do estudante de medicina Edcley Teixeira, publicado no YouTube, ganhou repercussão nas redes sociais. Na gravação, realizada cinco dias antes da aplicação das provas de Matemática e Ciências da Natureza, o universitário resolvia exercícios praticamente idênticos aos que caíram no exame aplicado no domingo (16).
Segundo o Inep, os itens anulados pertenciam a pré-testes utilizados na elaboração do banco de questões. A coincidência levou o Ministério da Educação a acionar a Polícia Federal, que abriu investigação para apurar um possível vazamento do conteúdo.
A suspeita provocou forte reação entre candidatos. A hashtag #anulaenem alcançou cerca de 80 mil menções na manhã de quarta-feira (19) e ficou entre os assuntos mais comentados na rede social X. Muitos participantes defendem que todo o exame seja invalidado, alegando quebra de isonomia no processo seletivo.
Em publicações já apagadas, estudantes afirmam que Teixeira teria admitido o acesso antecipado às perguntas. O universitário, que oferece mentoria on-line para vestibulandos, negou a acusação em vídeo publicado nos seus stories do Instagram. “Estou tranquilo, não cometi irregularidade”, declarou, acrescentando que memorizou as questões após participar, a convite do Ministério da Educação, de um evento da Capes.
Em nota oficial, o Inep reiterou “o compromisso com a lisura e a validade do Enem 2025” e frisou que a anulação das três perguntas não altera o cálculo da nota dos candidatos. O órgão informou ainda que permanece colaborando com a Polícia Federal para esclarecer o episódio.
Enquanto aguardam a conclusão das investigações, grupos de estudantes mantêm campanhas digitais pedindo a anulação do Enem. A mobilização pressiona o governo a adotar novas medidas caso seja comprovado o vazamento de conteúdo sigiloso.
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