
Arrotar é um reflexo natural que libera o ar acumulado no estômago, mas a frequência e o contexto em que ocorre podem indicar mais do que simples desconforto. Especialistas detalham os principais fatores que provocam arrotos, situações que exigem atenção e medidas práticas para diminuir o sintoma no dia a dia.
Como o arroto acontece
Durante a eructação, o estômago empurra o ar para o esôfago e, em seguida, para a boca. Esse movimento depende da abertura do esfíncter esofágico inferior, anel muscular que se relaxa para aliviar a pressão interna após a entrada de ar ou a formação de gases.
Principais causas de arrotos
Entre os motivos mais comuns estão:
- Engolir ar ao falar enquanto mastiga, comer rapidamente, beber com canudo ou mascar chiclete;
- Consumo frequente de bebidas gaseificadas, como refrigerantes, água com gás e cerveja;
- Refeições volumosas que deixam o estômago muito cheio;
- Refluxo gastroesofágico, que facilita a subida de ar;
- Estados de ansiedade, responsáveis por respiração acelerada e maior entrada de ar;
- Fermentação de alimentos como feijão, lentilha, brócolis, repolho e cebola;
- Medicamentos que relaxam o esfíncter esofágico inferior;
- Tabagismo, que aumenta a aerofagia durante as tragadas.
Quando o arroto deixa de ser normal
A avaliação médica é recomendada se os arrotos se tornarem frequentes ou vierem acompanhados de outros sintomas. Sinais de alerta incluem:
- Eructação quase contínua ao longo do dia;
- Sensação de queimação no peito ou na garganta;
- Retorno de alimento após as refeições, mesmo sem esforço;
- Náuseas, distensão abdominal ou desconforto intenso;
- Odor fétido, sugerindo fermentação excessiva;
- Perda de peso, falta de apetite ou dificuldade para engolir;
- Início do sintoma após uso de novo medicamento.
Condições como hérnia de hiato, doença do refluxo, gastroparesia e intolerâncias a lactose ou frutose podem estar por trás de quadros persistentes. “A maioria dos arrotos é benigna, mas frequência alta associada a dor precisa ser avaliada”, afirma o clínico geral Alfredo Salim.
Medidas para reduzir arrotos
Algumas mudanças simples ajudam a diminuir a formação e a entrada de ar no sistema digestivo:
- Comer devagar, mastigando bem cada porção;
- Limitar a ingestão de bebidas gaseificadas;
- Reduzir o uso de chicletes e balas duras;
- Aplicar técnicas de respiração para controlar a ansiedade;
- Observar a tolerância individual a alimentos que fermentam;
- Aguardar um intervalo antes de deitar após as refeições;
- Revisar com o médico possíveis efeitos colaterais de remédios.
Essas orientações podem diminuir episódios relacionados ao refluxo, à sensação de estômago pesado e ao desconforto abdominal. Caso os arrotos persistam ou limitem atividades diárias, a consulta a um gastroenterologista é indicada para investigação aprofundada e tratamento adequado.

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