Azul encerra voos em 14 cidades brasileiras a partir de 2025

A Azul Linhas Aéreas confirmou que irá descontinuar, ao longo de 2025, todos os voos regulares em 14 cidades brasileiras. A medida, já iniciada em março e parcialmente anunciada em janeiro, faz parte de um processo de readequação da malha que inclui a eliminação de 53 rotas classificadas pela companhia como “não lucrativas”.

Em apresentação a investidores no início de agosto, a empresa detalhou que a estratégia visa concentrar operações em seus principais hubs, com ênfase no Aeroporto Internacional de Viracopos, em Campinas (SP). Segundo o comunicado, o redesenho da malha também considera custos operacionais elevados, escassez de peças na cadeia global de suprimentos, valorização do dólar e limitações momentâneas de frota.

Lista de cidades que perderão voos

Abaixo, os municípios que deixarão de ser atendidos:

  • Crateús (CE)
  • São Benedito (CE)
  • Sobral (CE)
  • Iguatú (CE)
  • Campos dos Goytacazes (RJ)
  • Correia Pinto (SC)
  • Jaguaruna (SC)
  • Mossoró (RN)
  • São Raimundo Nonato (PI)
  • Parnaíba (PI)
  • Rio Verde (GO)
  • Barreirinhas (MA)
  • Três Lagoas (MS)
  • Ponta Grossa (PR)

Passageiros com bilhetes emitidos serão comunicados de forma direta e receberão assistência conforme a Resolução 400 da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac). A empresa afirma que o cancelamento será efetivado gradualmente, permitindo a reacomodação ou reembolso dos clientes.

Reestruturação financeira nos Estados Unidos

Paralelamente à revisão de rotas, a Azul conduz desde maio um processo de reestruturação financeira nos Estados Unidos com base no Capítulo 11 da Lei de Falências. O procedimento, semelhante à recuperação judicial brasileira, já teve duas audiências concluídas. Na primeira, em 29 de maio, o Tribunal aprovou um financiamento de US$ 1,6 bilhão destinado a reduzir o endividamento e sustentar as operações durante a renegociação.

De acordo com o vice-presidente de Relações Institucionais, Fábio Campos, “parte desse capital será usada para comprar uma parte da dívida e parte para custear a operação da empresa durante esse período”. A segunda audiência, realizada no início de julho, validou todas as petições apresentadas pela aérea, permitindo avanço nas tratativas com credores.

Adequação permanente da malha

A companhia informa que suas rotas passam por ajustes regulares, ainda mais intensos desde julho, para acomodar voos extras na alta temporada e absorver restrições de frota. Essa reavaliação contínua levou, no início do ano, à suspensão de operações em 12 cidades, oito delas localizadas no Nordeste. Na mesma ocasião, a Azul redefiniu trajetos para Fernando de Noronha (PE) — agora operados exclusivamente a partir de Recife — e reduziu a oferta em Caruaru (PE), que passou a receber aeronaves Cessna Grand Caravan de nove lugares devido à baixa ocupação.

Em nota divulgada aos passageiros, a empresa reiterou que “as mudanças fazem parte do planejamento operacional” e ressaltou que permanece monitorando capacidade, demanda e rentabilidade em todas as suas bases. O ajuste de voos, segundo a Azul, é uma prática de mercado necessária para manter a sustentabilidade financeira em cenário de custos elevados de combustível e câmbio desfavorável.

Azul encerra voos em 14 cidades brasileiras a partir de 2025 - Imagem do artigo original

Imagem: Divulgação

Foco em hubs estratégicos

Com o encerramento das operações nas 14 cidades listadas, a transportadora reforça a estratégia de expandir rotas de maior densidade a partir de hubs consolidados. Viracopos, principal centro de conexões da companhia, concentra a maior parte dos investimentos. O aeroporto é usado como ponto de distribuição de voos domésticos e internacionais, permitindo melhor aproveitamento da frota e redução de custos unitários.

Além de Campinas, a Azul mantém polos importantes em Confins (MG), Recife (PE) e Belém (PA). A concentração nesses aeroportos, de acordo com o planejamento apresentado, facilita a implantação de novos destinos de média e longa distância sem comprometer a malha doméstica.

Assistência aos passageiros

Os clientes afetados pelos cancelamentos recebem, por meio dos canais da empresa, opções de reembolso integral, remarcação sem custos adicionais ou realocação em voos alternativos. A Azul afirma seguir integralmente as diretrizes da Anac para garantir direitos de quem teve itinerários alterados. Em casos de conexão, a empresa se compromete a oferecer rotas substitutas ou a devolver o valor pago.

Com a retirada de 53 rotas consideradas deficitárias e a aposta em mercados de maior demanda, a Azul busca equacionar contas em meio ao processo de proteção judicial nos Estados Unidos. O cronograma para a conclusão da reestruturação financeira não foi detalhado, mas a companhia declarou, em documento a investidores, esperar concluir as etapas legais e retornar ao crescimento gradativo após estabilizar a situação da dívida.

Em comunicado, a aérea reafirmou que “está sempre avaliando as possibilidades e necessidades de mercado” e que novas mudanças poderão ocorrer caso se mostrem necessárias para a manutenção da competitividade.

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