Baixos níveis de vitamina D afetam saúde e vida sexual

Um conjunto crescente de estudos sugere que a deficiência de vitamina D pode influenciar negativamente a saúde sexual de homens e mulheres. Pesquisas internacionais analisadas entre 2018 e 2021 relacionam a falta do nutriente – conhecido como “vitamina do sol” – à queda de libido, disfunção erétil, dor durante o sexo e redução da fertilidade.

Impacto sobre a função sexual masculina

Em homens, a vitamina D participa de processos hormonais que sustentam a produção de testosterona e a mobilidade dos espermatozoides. Trabalho publicado no The World Journal of Men’s Health identificou melhora na função testicular, maior movimentação dos gametas e aumento da fertilidade em participantes com níveis adequados do micronutriente. Outro estudo, divulgado em 2018 no International Journal of Endocrinology, avaliou 114 homens e constatou que concentrações elevadas de vitamina D estão associadas a índices mais altos de testosterona e desempenho erétil superior.

A explicação envolve a ação do nutriente sobre o endotélio, camada interna dos vasos sanguíneos. De acordo com dados do Cleveland Heart Lab, a vitamina D reforça esse revestimento, favorece o fluxo sanguíneo genital e reduz inflamação – fatores essenciais para a ereção.

Consequências para a saúde sexual feminina

Entre mulheres, pesquisas apontam relação entre a deficiência de vitamina D e sintomas como dor durante a relação, dificuldade de excitação e queda do desejo sexual. Segundo o imunologista Jeffrey Bland, fundador da Big Bold Health, “nas mulheres, a vitamina D é usada pelos ovários para manter a função sexual adequada”. O especialista ressalta, no entanto, que ainda não há evidências conclusivas de alteração direta nos hormônios femininos provocada pelo nutriente.

Efeitos urológicos associados

A insuficiência de vitamina D também se conecta a distúrbios urológicos em homens. Revisões científicas relacionam baixos níveis do micronutriente a bexiga hiperativa, aumento da próstata e maior incidência de infecções urinárias. Meta-análise publicada em 2019 nos Annals of Clinical and Laboratory Science confirma risco elevado de infecções do trato urinário em crianças e adultos com deficiência de vitamina D.

Bland explica que a vitamina interfere na absorção e no uso do cálcio, o que afeta a quantidade do mineral excretada na urina. “Uma ingestão equilibrada de vitamina D é importante para promover a utilização adequada do cálcio e a saúde do trato urinário”, afirma o especialista.

Queda na frequência sexual

Além dos impactos fisiológicos, a deficiência pode se refletir na prática sexual. Estudo populacional de 2021 envolvendo adultos nos Estados Unidos constatou redução geral na frequência de atividade sexual, tendência mais pronunciada entre jovens adultos. Embora fatores sociais e psicológicos também influenciem esse comportamento, os autores destacam a necessidade de investigar marcadores biológicos, entre eles a vitamina D.

Baixos níveis de vitamina D afetam saúde e vida sexual - Imagem do artigo original

Imagem: Google Imagens

Fontes e recomendações de consumo

A principal via de obtenção da vitamina D é a exposição da pele à luz solar direta. Complementarmente, o nutriente pode ser ingerido por meio de alimentos como peixes gordurosos, gema de ovo e laticínios fortificados. Para situações de baixa exposição ao sol ou dietas restritivas, suplementação pode ser indicada sob orientação médica.

Os Institutos Nacionais de Saúde dos Estados Unidos recomendam ingestão diária de 600 unidades internacionais (UI) de vitamina D para adultos até 70 anos e de 800 UI para pessoas acima dessa idade. Exames laboratoriais permitem avaliar as concentrações sanguíneas e orientar ajustes na alimentação ou no uso de suplementos.

Monitoramento preventivo

Especialistas ressaltam que, embora a vitamina D desempenhe papel relevante na função sexual, a saúde sexual é multifatorial. Avaliações médicas regulares ajudam a identificar outras possíveis causas de disfunção, como doenças cardiovasculares, distúrbios metabólicos, problemas hormonais ou fatores psicológicos. Manter hábitos de vida saudáveis, praticar atividades físicas e controlar o estresse complementam a estratégia de prevenção.

Profissionais de saúde recomendam que qualquer intervenção com suplementos seja acompanhada por exames de sangue e supervisão clínica, a fim de evitar excesso de vitamina D, condição que pode gerar efeitos adversos, como hipercalcemia.

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