Belém assegura 53 mil leitos com preços controlados para a COP30

O ministro do Turismo, Celso Sabino, anunciou que Belém já dispõe de 53 mil leitos confirmados para receber participantes da 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30), programada para novembro de 2025. A informação foi dada nesta terça-feira (19), durante entrevista a emissoras de rádio no programa “Bom Dia, Ministro”.

Segundo Sabino, a capacidade hoteleira projetada para a capital paraense mais que dobra o pico registrado na COP de 2024, em Baku, no Azerbaijão, onde 24 mil pessoas ocuparam acomodações no dia de maior movimentação. “Teremos leitos para todos e preços justos para todos que virão para essa COP”, afirmou o titular da pasta.

Divisão de tarifas para delegações da ONU

O governo federal reservou mais de 2,4 mil quartos individuais destinados às 196 partes e países-membros da Organização das Nações Unidas. As diárias foram pactuadas em faixas distintas, de acordo com o Produto Interno Bruto (PIB) per capita de cada delegação. Para o grupo de menor renda, os valores variam entre US$ 100 e US$ 200; para o grupo de maior renda, entre US$ 200 e US$ 600.

Ainda conforme o ministro, a administração pública firmou acordo com a rede hoteleira local para assegurar entre 10% e 20% da oferta total de quartos por uma tarifa fixa de US$ 300. A medida busca garantir disponibilidade durante o período da COP30 e evitar variações excessivas de preço.

Monitoramento de possíveis abusos

Questionado sobre denúncias de cobranças abusivas, Sabino reconheceu a ocorrência de casos isolados, mas avaliou que a ampla oferta confirmada tende a regular o mercado. Para ele, proprietários que insistirem em valores acima da média enfrentarão baixa ocupação. “Os que estão cobrando muito caro terão duas alternativas: reduzir os preços ou ficar com seus imóveis sem locar”, declarou.

O ministério tem mantido diálogo com plataformas de hospedagem e representantes do setor hoteleiro para acompanhar anúncios e contratos. A pasta também trabalha com órgãos de defesa do consumidor do Pará, que poderão ser acionados em situações de sobrepreço.

Inclusão de movimentos sociais

Organizações da sociedade civil e movimentos populares manifestaram interesse em obter diárias mais acessíveis, em torno de US$ 50. De acordo com o ministro, um grupo interministerial, que inclui o Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima, o secretário extraordinário para a COP30, Valter Correia da Silva, e o embaixador André Corrêa do Lago, está mapeando essas demandas.

O objetivo é conectar essas entidades a hospedagens compatíveis com seus orçamentos. “Estamos identificando pontualmente quais delegações ainda não conseguiram acomodação para, pessoalmente, fazermos o elo entre elas e os leitos disponíveis”, explicou Sabino.

Estratégia para a “COP mais inclusiva”

Além de ampliar o número de leitos para a COP30, o governo tem destacado a meta de tornar o evento o mais inclusivo da série. Para isso, busca equilibrar preços, garantir acessibilidade e facilitar o deslocamento dos participantes. A expectativa é receber chefes de Estado, negociadores, representantes do setor privado, pesquisadores e integrantes de comunidades tradicionais da Amazônia.

A Secretaria Extraordinária para a COP30 planeja publicar um guia de hospedagem com indicações de hotéis, pousadas, barcos-hotel e imóveis cadastrados em plataformas digitais. O documento deverá detalhar faixas de preço, localização e opções de transporte até os locais de reunião.

Impacto na rede de turismo local

Empresários do setor acreditam que o volume de reservas já garantido impulsionará a economia paraense. A preparação inclui reformas em hotéis existentes, construção de novos empreendimentos, capacitação de mão de obra e melhorias em infraestrutura urbana. Estão previstos investimentos em mobilidade, segurança e qualificação de serviços turísticos.

Para comportar o fluxo adicional, a Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero) e concessionárias privadas estudam reforços na malha aérea, com voos extras provenientes de diferentes capitais brasileiras e de hubs internacionais. Companhias de navegação fluvial também avaliam a oferta de embarcações adaptadas para servir como hotéis flutuantes.

Próximos passos da organização

A menos de um ano e meio do evento, grupos de trabalho seguem reunidos para ajustar detalhes logísticos, de segurança e de protocolo. O Ministério do Turismo reforçou que continua aberto a parcerias com a iniciativa privada para ampliar ainda mais a disponibilidade de leitos e evitar lacunas na rede de hospedagem.

O governo estadual e a prefeitura de Belém cooperam nas ações de infraestrutura turística, enquanto a Agência Brasileira de Promoção Internacional do Turismo (Embratur) prepara campanhas para divulgar as oportunidades de visita à região amazônica antes, durante e após a COP30.

Com a confirmação de 53 mil leitos e políticas de controle de preços, autoridades federais avaliam que Belém está em posição de oferecer uma experiência organizada e financeiramente acessível aos participantes da conferência climática, sem repetir episódios de escassez constatados em edições anteriores.

Como ressaltou o ministro Celso Sabino, o desafio agora é garantir que a capital paraense “seja não só palco da maior e mais decisiva conferência do clima, mas também da COP mais inclusiva que já aconteceu”.

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