
O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) aprovou R$ 230 bilhões em operações de crédito entre janeiro e setembro deste ano, soma que inclui financiamentos diretos e indiretos, bem como garantias prestadas a empréstimos concedidos por outras instituições. O volume representa aumento de 39% em relação ao mesmo período de 2024.
As micro, pequenas e médias empresas (MPMEs) responderam por 67% do total, alcançando R$ 155,1 bilhões, dos quais R$ 91,3 bilhões correspondem a garantias e R$ 63,7 bilhões a crédito efetivo. Segundo o diretor financeiro, Alexandre Abreu, o desempenho reforça a estratégia de ampliar o acesso de empresas de menor porte ao financiamento.
A carteira de crédito do banco atingiu R$ 616 bilhões no fim de setembro, expansão de 12% em comparação ao terceiro trimestre do ano passado e o maior patamar em nove anos. Os desembolsos vinculados a essas operações somaram R$ 101,9 bilhões no acumulado de nove meses, crescimento de 17% na mesma base de comparação.
O aporte destinado à indústria registrou avanço de 50%, totalizando R$ 27,3 bilhões e superando os R$ 24,9 bilhões contratados pelo agronegócio. “Isso demonstra nosso foco na recuperação da indústria do país”, afirmou Abreu durante apresentação do balanço operacional e financeiro.
Entre os demais setores, todos exibiram aumento nas aprovações e nos desembolsos, exceto infraestrutura, que apresentou queda de 10% nas aprovações e estabilidade nos recursos liberados. O presidente do BNDES, Aloísio Mercadante, atribuiu a menor demanda no segmento a um ambiente externo mais incerto, marcado, segundo ele, pelos reflexos do recente tarifaço nos Estados Unidos.
Mercadante adiantou que um grande projeto de infraestrutura, ainda sob sigilo, deve ser anunciado na próxima semana e poderá alterar o resultado anual. “Trata-se de um empreendimento de grande magnitude em fase final de tramitação”, declarou.
No campo financeiro, o lucro recorrente do banco subiu 14% e alcançou R$ 11,2 bilhões. Já o lucro líquido recuou 9%, fechando em R$ 17,2 bilhões, reflexo principalmente da queda de 54% nos dividendos recebidos da Petrobras. Mesmo assim, Mercadante classificou o desempenho como satisfatório diante das condições de mercado.
Os ativos totais do BNDES chegaram a R$ 905,8 bilhões em setembro, aproximando a instituição novamente da marca de R$ 1 trilhão que já havia sido atingida em anos anteriores.

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