Brasil e 16 países firmam carta por transição energética justa

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva e outros 16 chefes de Estado e de governo assinaram nesta segunda-feira, 22 de setembro de 2025, uma carta conjunta que defende uma transição energética justa e equitativa. O documento foi apresentado em Nova York, durante a abertura da Assembleia Geral das Nações Unidas e da New York Climate Week, e toma como referência os compromissos assumidos na COP28.

O texto afirma que os investimentos globais em energia limpa já superam os destinados a combustíveis fósseis, mas chama atenção para as desigualdades regionais. Países africanos e asiáticos continuam recebendo índices reduzidos de financiamento, cenário que, segundo os signatários, precisa ser revertido para que as metas climáticas sejam alcançadas de forma equilibrada.

Para acelerar o fluxo de recursos, os líderes anunciaram a criação do Fórum Global de Transições Energéticas, espaço de cooperação que reunirá governos, bancos, empresas e organismos internacionais. A iniciativa buscará ampliar investimentos, reduzir riscos e apoiar nações em desenvolvimento na implementação de projetos de baixo carbono.

A carta estabelece como meta a instalação de 11 terawatts de capacidade em fontes renováveis até 2030. Também prevê triplicar a geração de energia limpa e dobrar a eficiência energética no mesmo período. “Esta década é determinante para definirmos se o mundo avançará rumo a um futuro mais sustentável”, destaca o documento.

Os signatários defendem ainda reformas na arquitetura financeira internacional, argumentando que a estrutura atual não é suficiente para converter promessas climáticas em ações concretas. A revisão das condições de crédito e o aumento de instrumentos de garantia estão entre as recomendações apresentadas.

Assinam a carta representantes de Austrália, Bangladesh, Barbados, Brasil, Canadá, República Democrática do Congo, Comissão Europeia, Granada, Haiti, Jamaica, Quênia, Noruega, Santa Lúcia, São Vicente e Granadinas, África do Sul, Emirados Árabes Unidos, Reino Unido, Uruguai, Agência Internacional de Energia e Agência Internacional de Energia Renovável.

Durante o anúncio, Lula afirmou que a proposta “reforça o compromisso de colocar as pessoas no centro da política energética”. Já o primeiro-ministro da Noruega, Jonas Gahr Støre, ressaltou que o acordo “envia um sinal claro aos mercados sobre a direção dos investimentos”.

O documento divulgado em Nova York também serve de base para as discussões da COP30, marcada para novembro de 2030 em Belém (PA). Até lá, os países deverão apresentar avanços na mobilização de recursos e no cumprimento das metas de expansão renovável, considerada essencial para uma transição energética justa.

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