
O Brasil avançou quatro posições e passou a ocupar o 53º lugar no Ranking de Competitividade Digital 2025, elaborado pela escola de negócios suíça IMD (Institute for Management Development). O estudo, que avaliou 69 economias, mede a capacidade de cada país para adotar, desenvolver e integrar novas tecnologias.
Na edição deste ano, Suíça, Estados Unidos e Cingapura mantiveram-se nas três primeiras colocações, enquanto a Venezuela ficou na última posição. Mesmo com a melhora, o Brasil ainda integra o grupo dos 17 países menos competitivos em transformação digital e permanece atrás do Chile, que aparece em 43º lugar e lidera na América do Sul.
O salto brasileiro foi impulsionado por resultados positivos em alguns indicadores específicos. O país ocupa agora a 9ª posição mundial em produção de pesquisas científicas e apresentou incremento nos investimentos privados em inteligência artificial. O relatório também destaca o crescimento do uso de robôs em educação e pesquisa, além da adoção crescente de serviços públicos digitais pela população.
Esses avanços permitiram ao Brasil superar África do Sul, Eslováquia, Bulgária e Turquia, que estavam à frente em 2024. Ainda assim, o documento aponta fragilidades na integração entre universidades, empresas e governo, no financiamento à inovação, na atração de profissionais estrangeiros qualificados e na troca internacional de conhecimento.
Para a Fundação Dom Cabral (FDC), parceira do IMD no levantamento, o país vive um processo de recuperação gradual em competitividade digital. Hugo Tadeu, diretor do núcleo de inovação, IA e tecnologias digitais da FDC, observou que o ambiente macroeconômico limita a velocidade dos avanços. “Juros acima de 15% são um desafio para empresas brasileiras e estrangeiras na expansão e acesso às tecnologias”, afirmou.
O especialista também mencionou a escassez de mão de obra técnica. Segundo ele, grande parte dos mestres e doutores se concentra em ciências sociais, enquanto o mercado demanda mais engenheiros e especialistas em ciência da computação.
Além de enfatizar a necessidade de reformas estruturais, o relatório recomenda maior coordenação entre governo, iniciativa privada e instituições de ensino para criar um ambiente mais propício à inovação e, consequentemente, melhorar a posição do Brasil nos próximos ciclos do ranking IMD de competitividade digital.

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