
O presidente da Espanha, Pedro Sánchez, afirmou nesta sexta-feira (7) que o protagonismo exercido pelo Brasil na 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP30) serve de referência para a comunidade internacional. Falando a jornalistas na Zona Azul da Cúpula do Clima, evento preparatório realizado em Belém, o mandatário destacou que o governo brasileiro “leva a sério os compromissos climáticos baseados na ciência”.
Sánchez lembrou que o Acordo de Paris, assinado há dez anos, continua sendo “a melhor ferramenta” para enfrentar a emergência climática de forma coordenada. Segundo ele, o olhar científico defendido pelo Brasil converge com a necessidade de “ficar do lado da razão e da esperança, e não do negacionismo”.
Ao relatar os efeitos do aquecimento global em seu país, o líder espanhol citou inundações, incêndios florestais, ondas de calor extremas e a tempestade DANA, que atingiu Valência no último verão europeu. “Nos últimos 12 meses, a emergência climática já causou mais de 20 mil mortes na Espanha”, afirmou, sublinhando também os impactos econômicos sobre setores como turismo e agronegócio.
O presidente manifestou otimismo quanto aos resultados da COP30, marcada para 10 a 21 de novembro de 2025, desde que as nações optem pelo multilateralismo. Ele criticou a postura isolacionista da administração norte-americana e ressaltou o compromisso da União Europeia de reduzir as emissões de gases de efeito estufa em 90% até 2040 e alcançar a neutralidade de carbono em 2050.
Sánchez defendeu maior integração entre blocos regionais e disse acreditar que, “sob a presidência brasileira, será possível avançar na assinatura do acordo entre União Europeia e Mercosul”. Para o chefe do governo espanhol, a construção de pontes diplomáticas é essencial para que metas globais de mitigação e adaptação climática se tornem realidade durante a conferência em Belém.

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