
Os primeiros-ministros do Canadá, Mark Carney, do Reino Unido, Keir Starmer, e da Austrália, Anthony Albanese, anunciaram neste domingo, 21 de setembro de 2025, o reconhecimento formal do Estado Palestino. As manifestações, divulgadas em vídeos e notas oficiais nas redes sociais, alinham três tradicionais aliados de Washington a uma lista crescente de países que apoiam a solução de dois Estados para o conflito no Oriente Médio.
Nos comunicados, os líderes destacaram que o reconhecimento busca preservar a viabilidade de um futuro no qual Israel e um Estado Palestino coexistam com segurança. Ao mesmo tempo, condenaram a ofensiva israelense em Gaza, responsável pela morte de dezenas de milhares de civis, segundo autoridades locais, e reafirmaram que o Hamas não deve integrar um eventual governo palestino.
A decisão antecede a abertura da Assembleia Geral das Nações Unidas, em Nova York, e ocorre na véspera da segunda sessão da Conferência Internacional de Alto Nível para a Resolução Pacífica da Questão Palestina, convocada por França e Arábia Saudita. A movimentação diplomática amplia a pressão internacional por um cessar-fogo e por negociações substanciais.
Posição do Canadá
Mark Carney recordou que Ottawa apoia a criação de um Estado Palestino desde 1947, mas ressaltou que “ameaças do Hamas e a expansão de assentamentos israelenses na Cisjordânia enfraqueceram essa perspectiva”. O premiê observou ainda que “o bloqueio a alimentos e suprimentos essenciais em Gaza agravou a crise humanitária”, com cerca de 65 mil palestinos mortos, segundo dados de autoridades de saúde locais.
Declaração do Reino Unido
Em mensagem divulgada em vídeo, Keir Starmer afirmou que o reconhecimento é necessário “para manter viva a esperança de paz”. Ele classificou o Hamas como “organização terrorista brutal” e cobrou a libertação imediata dos reféns capturados em 7 de outubro de 2023, data em que centenas de pessoas foram mortas ou sequestradas durante um festival no sul de Israel. Starmer também responsabilizou o governo israelense pela “destruição que assola Gaza”.

Pronunciamento da Austrália
Anthony Albanese descreveu o gesto como parte de um “esforço internacional coordenado” que começa com o cessar-fogo e a libertação dos reféns. O líder australiano destacou o papel da Liga Árabe e dos Estados Unidos para tornar viável a solução de dois Estados.
O reconhecimento pelo trio segue passos de Espanha, Noruega e Irlanda, que adotaram posição semelhante em maio de 2024, e do Brasil, que reconheceu o Estado Palestino nas fronteiras de 1967 ainda em 2010. A decisão reforça a centralidade da expressão “solução de dois Estados” nas discussões sobre o futuro do Oriente Médio e aumenta a visibilidade internacional das demandas palestinas.
Com o acréscimo de Canadá, Reino Unido e Austrália, cresce a expectativa de que novos governos revisem suas políticas externas e adotem posicionamentos favoráveis ao reconhecimento do Estado Palestino em fóruns multilaterais, inclusive no Conselho de Segurança da ONU.
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