
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) divulgou alerta a respeito da crescente circulação de canetas emagrecedoras falsificadas, manipuladas ou de procedência desconhecida. O órgão afirma que a venda irregular desses medicamentos, como os que contêm tirzepatida ou semaglutida, configura crime hediondo e representa risco significativo à saúde.
Impulsionados por recomendações de influenciadores digitais e celebridades, produtos como Mounjaro e Ozempic passaram a ser procurados por pessoas que desejam resultados rápidos sem acompanhamento médico. Segundo a Anvisa, esse cenário facilita a entrada de versões falsificadas no mercado, muitas vezes oferecidas em redes sociais ou sites sem autorização.
Como identificar um medicamento autêntico
A farmacêutica Natally Rosa explica que o consumidor deve observar atentamente a embalagem. “O rótulo precisa estar em português, com lote, validade e princípio ativo legíveis”, orienta. Outros sinais de alerta são bulas em idiomas estrangeiros, informações impressas de forma amadora ou ausência de número de registro.
O preço também serve de parâmetro. Valores muito abaixo dos praticados em farmácias autorizadas indicam possível fraude. Além disso, a legislação exige apresentação e retenção da receita médica para a compra de canetas emagrecedoras; se o vendedor não solicita a prescrição, há indício de irregularidade.
Riscos à saúde e enquadramento legal
A Anvisa reforça que o uso de medicamentos sem controle oficial pode acarretar contaminação, dosagens inadequadas e efeitos adversos graves. “Quando uma pessoa utiliza um produto fora das regulamentações, os riscos se ampliam, desde falha terapêutica até intoxicações”, resume Natally Rosa.
No aspecto jurídico, a comercialização de substâncias falsificadas se enquadra nos artigos 273 e 278 do Código Penal, que tratam de crimes contra a saúde pública. As penas podem chegar a 15 anos de reclusão, além de multa.
Para reduzir os riscos, a Anvisa recomenda que as canetas emagrecedoras sejam adquiridas apenas em estabelecimentos legalizados e mediante prescrição de profissional habilitado. Consumidores que identificarem possíveis irregularidades podem registrar denúncia junto à Ouvidoria da agência ou às vigilâncias sanitárias locais.

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