
O aparecimento de um caroço na virilha é o sinal clássico da hérnia inguinal, uma das afecções cirúrgicas mais frequentes do aparelho digestivo. Embora o volume muitas vezes surja de forma lenta e sem dor, médicos recomendam avaliação precoce para reduzir o risco de complicações.
O que é a hérnia inguinal
A condição ocorre quando gordura ou um segmento do intestino atravessa um ponto de fraqueza na musculatura da região inguinal, projetando-se sob a pele. O abaulamento costuma aumentar com tosse, esforço físico ou longos períodos em pé e, em geral, desaparece ao deitar.
Segundo especialistas, a doença atinge homens com maior frequência por razões anatômicas, mas também pode acometer mulheres. Existem dois tipos principais:
• Hérnia indireta – associada a defeito congênito, pode manifestar-se na infância ou na vida adulta.
• Hérnia direta – adquirida ao longo dos anos, relacionada ao desgaste natural da parede abdominal e mais comum após os 40 anos.
Fatores de risco
Esforço físico repetitivo, constipação crônica, tosse persistente, obesidade, tabagismo e histórico familiar elevam a pressão intra-abdominal, favorecendo o surgimento da hérnia. Quanto maior essa pressão, maior a probabilidade de o conteúdo abdominal vencer a barreira muscular.
Sintomas que merecem atenção
Nos estágios iniciais, o paciente pode sentir apenas desconforto, sensação de peso ou ardor local. Com a progressão, a dor torna-se mais frequente e pode limitar atividades diárias.
Em casos graves, a hérnia pode ficar encarcerada ou sofrer estrangulamento, quando o fluxo sanguíneo é interrompido. Nessa situação surgem dor súbita intensa, endurecimento do abaulamento, náuseas, vômitos e febre. “O estrangulamento da hérnia é uma emergência e requer cirurgia imediata”, alerta o cirurgião Antonio Couceiro Lopes.
Como o diagnóstico é realizado
O diagnóstico costuma ser clínico, baseado no exame físico em pé e deitado, com manobras de tosse ou esforço. Se houver dúvida, ultrassonografia, tomografia ou ressonância magnética podem ser solicitadas.
Tratamento: quando operar
A cirurgia é o único tratamento definitivo. Não há medicamentos ou dispositivos externos capazes de fechar o defeito muscular. Procedimentos minimamente invasivos, como laparoscopia ou cirurgia robótica, favorecem recuperação mais rápida, mas a técnica aberta tradicional continua indicada em situações específicas.
Pacientes com hérnias pequenas e assintomáticas podem ser acompanhados em regime de vigilância ativa, porém estudos mostram que a maioria acaba sendo operada ao longo do tempo. “Mesmo sem dor, a correção antecipada diminui o risco de complicações futuras”, afirma Lopes.
Identificar precocemente o caroço na virilha e procurar avaliação médica são medidas essenciais para definir a melhor conduta e garantir resultados seguros no tratamento da hérnia inguinal.

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