
A cesta básica em São Paulo ficou 2,21% mais barata na passagem de julho para agosto, de acordo com pesquisa conjunta do Procon-SP e do Dieese. É o quarto mês consecutivo de retração e confirma a tendência de alívio nos preços iniciada em maio.
O conjunto de 39 itens passou a custar R$ 1.295,86, ante R$ 1.324,92 no mês anterior. Mesmo com a queda recente, o consumidor paulistano ainda desembolsa 2,27% a mais do que há 12 meses, quando a despesa somava R$ 1.267,12. O maior valor do período foi observado em abril deste ano, R$ 1.369,81.
O resultado mensal foi puxado principalmente pelos produtos de origem animal, que haviam pressionado o indicador no início do ano. Entre julho e agosto, carnes de primeira recuaram 3,60%, reduzindo o índice em 0,51 ponto percentual, enquanto carnes de segunda sem osso caíram 2,80% (impacto de –0,22 p.p.). O frango inteiro resfriado ficou 3,36% mais barato (–0,21 p.p.) e o queijo muçarela fatiado teve queda de 4,22% (–0,17 p.p.).
Hortaliças também contribuíram de forma expressiva: batata (-20,73%) e cebola (-16,00%) foram responsáveis por retrações de 0,33 p.p. e 0,11 p.p., respectivamente. Alho (-9,49%) e ovos brancos (-6,59%) completam a lista dos maiores recuos no período.
Por grupos, alimentação apresentou baixa de 2,56%, limpeza de 2,12%, enquanto itens de higiene pessoal subiram 1,47%. Nesta última categoria, os principais aumentos vieram do creme dental (+3,42%, impacto de 0,07 p.p.) e do absorvente (+2,25%, 0,03 p.p.). Leite em pó integral (+1,33%), presunto fatiado (+1,34%) e biscoito maisena (+1,43%) também registraram altas, mas com influência limitada no resultado geral.

No acumulado de 12 meses, as proteínas seguem como destaque. O preço da carne de segunda sem osso avançou 24,40%, enquanto a carne de primeira subiu 20,21%. Outros reajustes relevantes foram observados na linguiça fresca (+13,73%) e no frango resfriado (+7,69%). O café em pó (500 g) lidera a lista de aumentos, com 72,58%. Por outro lado, o queijo muçarela fatiado cedeu 3,95% no mesmo intervalo.
Entre os itens que ficaram mais baratos em um ano, destacam-se batata (-55,64%), cebola (-50,65%), arroz (-28,21%) e feijão carioquinha (-14,81%), amenizando a pressão sobre a cesta básica em São Paulo.
Apesar da desaceleração observada desde maio, o levantamento revela que o custo da cesta básica paulistana continua acima do verificado em 2024, refletindo a variação ainda expressiva de algumas proteínas e o comportamento volátil de produtos in natura.
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