
A Administração Geral das Alfândegas da China suspendeu a proibição de compra de carne de frango brasileira, adotada em maio após a confirmação do primeiro foco de gripe aviária em uma granja comercial de Montenegro (RS). O comunicado foi publicado nesta sexta-feira (7) e comemorado pela Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA).
A restrição chinesa havia sido imposta depois que o Brasil registrou, em 25 de maio, um caso de Influenza Aviária de Alta Patogenicidade (IAAP) na produção comercial. Segundo a ABPA, tratou-se do único episódio da doença no setor industrial e que já foi totalmente erradicado. Em 18 de junho, o Ministério da Agricultura declarou o país livre da enfermidade, após a desinfecção da granja e 28 dias sem novos registros.
A China era, até o embargo, o principal mercado para o produto. De janeiro a maio, as compras totalizaram 228,2 mil toneladas, o equivalente a 10,4% das exportações brasileiras, gerando receita de US$ 545,8 milhões. Em todo o ano de 2024, os embarques ao território chinês somaram 562,2 mil toneladas, ou 10,8% do volume vendido pelo Brasil ao exterior.
Com a liberação anunciada nesta sexta, todos os grandes importadores já retomaram negócios com o Brasil. A União Europeia reconheceu a condição sanitária brasileira em setembro, e outros destinos abriram caminho nas semanas seguintes.
Para a ABPA, a retomada confirma a confiança internacional no sistema de vigilância sanitária do país. “A competência técnica e diplomática do Brasil foi decisiva para restabelecer o comércio”, afirmou a entidade em nota. O presidente da associação também destacou “amplo e profissional trabalho de negociação” que incluiu a revisão de certificados sanitários para prevenir suspensões totais em eventuais ocorrências futuras.
A entidade atribuiu o resultado aos esforços do ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, do Itamaraty e do Palácio do Planalto, que atuaram em conjunto para restabelecer o fluxo de exportações de carne de frango.
Com o fim do embargo chinês, o setor projeta normalização dos embarques e reforço da posição brasileira como maior exportador global de carne de frango.

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