
Mais de mil pessoas encheram o Cine Theatro Brazil, em Belo Horizonte, na noite de 23 de julho, para a abertura da 19ª edição do CineBH. O festival, que segue até domingo (28), iniciou as atividades prestando homenagem ao ator belo-horizontino Carlos Francisco, aplaudido de pé pela plateia lotada.
A cerimônia exibiu “O Agente Secreto”, longa de Kleber Mendonça Filho recém-premiado em Cannes, onde conquistou melhor direção e melhor ator para Wagner Moura. No filme, Carlos Francisco interpreta um projecionista envolvido na trama protagonizada por Moura.
Visivelmente emocionado, o ator agradeceu o tributo e relembrou suas origens quilombolas. “Sou um quilombola de formação oral e uma homenagem dessas me mostra que deu para aprender direitinho”, declarou diante do público.
Nascido na capital mineira, Francisco consolidou a carreira no teatro, integrando o Grupo Folias, em São Paulo. No cinema, ganhou projeção nacional e internacional em títulos como “Arábia” (2017), “No Coração do Mundo” (2019) e “Marte Um” (2022), pelo qual recebeu o Grande Otelo de melhor ator. Em 2024, voltou a chamar atenção com “Suçuarana”, vencedor de prêmios no Festival de Brasília.
Em entrevista durante o evento, o homenageado destacou o valor de receber o reconhecimento na cidade natal. Segundo ele, “o cinema possibilitou que eu fosse visto, e ser celebrado por uma produtora mineira, na minha terra, me deixa muito feliz”.
O ator vive fase intensa de trabalho. Além de “O Agente Secreto” e “Suçuarana”, participa de novos projetos com realizadores estreantes e nomes consolidados do audiovisual brasileiro. Apesar do momento positivo, ressalta a necessidade de ampliar o acesso do público às produções nacionais: “O que falta para o cinema brasileiro é ser visto pelos brasileiros. Precisamos de mais salas de exibição, de cinemas de rua e de espaços públicos que acolham nossas obras”.
A programação do CineBH 2025 inclui mostras competitivas e paralelas, debates, workshops e exibição de produções nacionais e internacionais. Entre os destaques estão títulos mineiros e obras premiadas como “Marte Um”, de Gabriel Martins, e “O Estranho Caminho”, de Guto Parente, vencedor de quatro prêmios no Festival de Tribeca.
Encerrando o discurso, Carlos Francisco convidou o público a acompanhar o festival presencialmente e online, reforçando o compromisso de “nos encontrarmos no cinema”.
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