
A cirurgia robótica no câncer de próstata vem ganhando espaço nos principais centros de urologia ao oferecer maior precisão cirúrgica, menor dor pós-operatória e retorno mais rápido às atividades diárias. O procedimento, adotado em hospitais como o Moinhos de Vento, é executado por um urologista sentado em um console que comanda braços articulados capazes de se movimentar com exatidão milimétrica.
O método utiliza pequenas incisões no abdômen para inserir uma câmera de alta definição em três dimensões e instrumentos articulados. Essa combinação elimina tremores naturais da mão humana, amplia o campo de visão do cirurgião e facilita o acesso à pelve, região anatômica de difícil abordagem pela técnica aberta convencional.
Entre os principais benefícios documentados estão:
- redução do sangramento intraoperatório e da dor pós-cirúrgica;
- alta hospitalar mais rápida, permitindo retorno precoce às atividades cotidianas;
- maior preservação da continência urinária e da função erétil.
De acordo com dados reportados pela equipe coordenada pelo urologista Dr. André Kives Berger, as taxas de remoção completa do tumor chegam a 95 %, enquanto a continência urinária é mantida em quase 100 % dos pacientes e a potência sexual em cerca de 90 %. “A visão tridimensional ampliada e os instrumentos articulados tornam possível atuar em áreas extremamente delicadas sem comprometer nervos e vasos responsáveis por continência e ereção”, explica o especialista.
A plataforma robótica também se mostra útil em tumores localmente avançados e em cirurgias de resgate após falha de tratamentos prévios, ampliando as opções terapêuticas. Além disso, integra-se a ferramentas de inteligência artificial que analisam exames de imagem e dados genômicos para orientar decisões individualizadas.
Mesmo com o avanço tecnológico, médicos reforçam que o diagnóstico precoce continua decisivo. Exames de PSA e toque retal permitem identificar a doença em estágios iniciais, quando a vigilância ativa, a radioterapia ou a própria cirurgia robótica podem ser indicadas com maior chance de cura.
Para Dr. Berger, a difusão da tecnologia representa “uma mudança de paradigma, pois alia menor invasividade a resultados oncológicos consistentes, mantendo foco na qualidade de vida do paciente”.

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