
O Ministério da Saúde autorizou a inclusão da cirurgia robótica — tecnicamente chamada de prostatectomia radical assistida por robô — no rol de procedimentos gratuitos do Sistema Único de Saúde (SUS). A medida foi oficializada por portaria da Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação e do Complexo Econômico-Industrial da Saúde (Sectics), publicada nesta sexta-feira.
Pelo texto, as áreas técnicas terão até 180 dias para disponibilizar o novo método em unidades credenciadas. A oferta dependerá ainda do relatório da Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS (Conitec), que já emitiu parecer favorável ao uso da técnica em pacientes com câncer de próstata clinicamente localizado ou localmente avançado.
A prostatectomia radical consiste na retirada completa da próstata, das vesículas seminais e, em alguns casos, de linfonodos pélvicos, com objetivo de eliminar o tumor e reduzir risco de recidiva. Quando realizada com auxílio de robôs, a cirurgia tende a oferecer maior precisão, menor perda sanguínea e recuperação mais rápida, segundo especialistas.
O presidente da Sociedade Brasileira de Cirurgia Oncológica (SBCO), Rodrigo Nascimento Pinheiro, destacou que a decisão “promove equidade no tratamento e assegura que mais pacientes tenham acesso aos melhores cuidados disponíveis”.
Para que a cirurgia robótica chegue aos hospitais públicos, o Ministério da Saúde deverá definir protocolos clínicos, credenciar centros de referência e organizar programas de treinamento. De acordo com Pinheiro, a plataforma robótica facilita a formação de novos cirurgiões ao permitir práticas em ambientes controlados, encurtando a curva de aprendizado.
O câncer de próstata é o tipo mais frequente entre homens no Brasil, excluídos os tumores de pele não melanoma. Especialistas pontuam que, quando diagnosticado em fase inicial, as chances de cura superam 90%. A incorporação da tecnologia no SUS busca ampliar o acesso a tratamentos modernos e potencialmente reduzir complicações pós-operatórias.
Com a decisão, o Brasil se soma a países que já adotam a prostatectomia robótica na rede pública, reforçando a estratégia de modernizar o sistema de saúde e melhorar desfechos clínicos para a população masculina.
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