A Netflix adicionou ao catálogo a série sueca Diário de uma Garota que Coleciona Foras (“Diary of a Ditched Girl”), adaptação do livro da escritora Amanda Romare cujo título original faz referência a homens que terminaram com a autora. Lançada nesta semana na plataforma, a produção aposta em episódios de 25 a 30 minutos para narrar a trajetória de Amanda, mulher de 31 anos interpretada por Carla Sehn.
A história começa quando a protagonista se vê no centro de um incidente constrangedor durante uma corrida matinal. Decidida a romper com a ideia de que “o universo” comanda seu destino – conceito criado por sua mãe na infância –, Amanda resolve engatar relacionamentos concretos. A partir daí, acompanha-se uma sequência de encontros marcados por gafes, ironia e situações que testam a autoestima.
Com humor ácido e olhar direto sobre a vida adulta, a série discute solidão, pressão social e amadurecimento tardio. O roteiro explora comparações inevitáveis com amigos já estabilizados profissional e afetivamente, enquanto a personagem acumula desilusões amorosas. Apesar da etiqueta de comédia romântica, o foco recai mais sobre o autoconhecimento do que sobre o romance.
A atuação de Carla Sehn é apontada como um dos pontos altos. A atriz imprime vulnerabilidade e carisma, qualidades que aproximam a personagem do público. O elenco de apoio reforça a dinâmica, sobretudo nas amizades femininas que funcionam como contrapeso emocional às aventuras amorosas. Já os homens que cruzam o caminho de Amanda são retratados de forma caricata, representando exageros do universo dos aplicativos de relacionamento.
Embora o ritmo ágil facilite a maratona, a crítica destaca a previsibilidade do enredo. Quem acompanhou séries recentes como Love Life, Too Much ou Emily em Paris deve reconhecer fórmulas semelhantes e antecipar alguns desfechos. Ainda assim, o texto leve e os diálogos afiados garantem entretenimento para quem busca uma narrativa sobre recomeços e fracassos amorosos engarrafados em humor escandinavo.
Diário de uma Garota que Coleciona Foras figura, portanto, como opção para espectadores que desejam uma trama curta, bem-humorada e centrada nos tropeços dos trinta e poucos anos, mesmo sem grandes inovações dentro do gênero.
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