
As principais entidades de pediatria dos Estados Unidos, do Brasil e da Europa recomendam que o bebê permaneça no mesmo quarto dos pais, mas em superfície própria, durante os primeiros seis meses de vida. A Academia Americana de Pediatria amplia a orientação até 12 meses, alegando que essa proximidade reduz o risco de asfixia e de síndrome da morte súbita do lactente (SIDS) graças à maior supervisão noturna.
Embora o compartilhamento de quarto seja considerado uma medida de sono seguro do bebê, especialistas alertam que dividir a mesma cama aumenta a probabilidade de acidentes fatais. Entre os perigos estão superaquecimento, trauma por quedas e compressão involuntária causada pelo movimento dos adultos. O risco se torna ainda maior em ambientes com tabagismo, temperatura inadequada ou ventilação insuficiente.
Para conciliar vigilância e segurança, o pediatra Alessandro Danesi sugere berços acoplados à cama (side crib) nos primeiros meses. “A proximidade física garante vigilância e conforto, mas o bebê precisa de uma superfície própria”, afirma. Poltronas, sofás ou camas de adulto são desaconselhados, pois não oferecem barreiras contra queda nem previnem sufocação.
A dinâmica do sono dos pais também entra em pauta. Ruídos e movimentos noturnos podem despertar a criança, enquanto os despertares frequentes do bebê afetam o descanso dos cuidadores. Danesi ressalta que, após o período mínimo recomendado, iniciar uma transição gradual para o quarto próprio ajuda a preservar a intimidade do casal e a qualidade de descanso de toda a família. Esse deslocamento pode ocorrer a partir do primeiro ou segundo mês, desde que os responsáveis se sintam seguros e utilizem babás eletrônicas ou câmeras para monitoramento constante.

As diretrizes de sono seguro do bebê permanecem válidas em qualquer ambiente: colocar o lactente de barriga para cima; manter o berço livre de travesseiros, mantas soltas e brinquedos; usar colchão firme e bem ajustado; vestir roupas adequadas à temperatura e, se necessário, recorrer a sacos de dormir. Travesseiros finos e perfurados só devem ser adotados com supervisão direta.
Segundo o médico, cada família precisa adaptar essas recomendações às suas condições de moradia e à fase de desenvolvimento da criança. “O objetivo maior é sempre o mesmo: garantir segurança, sono reparador e bem-estar”, resume Danesi.

Faça um comentário