Conitec analisará oferta da PrEP injetável no SUS contra HIV

Imagem de uma ampola de PrEP injetável contra HIV sendo preparada para aplicação, destacando o tema da análise da Conitec sobre a oferta no SUS.
Foto: Ilustrativa

A Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no Sistema Único de Saúde (Conitec) iniciou a avaliação para incluir a forma injetável da Profilaxia Pré-Exposição (PrEP) ao HIV nos protocolos do Sistema Único de Saúde. Atualmente, a rede pública distribui somente comprimidos que precisam ser tomados diariamente; a nova formulação é aplicada a cada dois meses.

O pedido de análise partiu da farmacêutica GSK, fabricante do cabotegravir, primeiro antirretroviral de longa duração aprovado no país para profilaxia. A solicitação conta com o apoio da Sociedade Brasileira de Infectologia. O parecer da Conitec, que considera evidências clínicas e impacto econômico, é etapa obrigatória antes de qualquer incorporação de tecnologia pelo Ministério da Saúde e será submetido a consulta pública.

Dados preliminares da pesquisa ImPrEP CAB, conduzida pela Fundação Oswaldo Cruz em seis capitais brasileiras, sustentam o pedido. Entre 1,4 mil voluntários, 83% optaram pelo cabotegravir injetável em vez da PrEP oral. Desses, 94% compareceram aos serviços de saúde dentro do intervalo recomendado, mantendo proteção integral durante o acompanhamento, e nenhum caso de infecção foi registrado.

Já o grupo que permaneceu com os comprimidos esteve protegido em 58% dos dias observados; uma pessoa testou positivo para HIV. “Os resultados indicam que a formulação de longa duração tende a garantir maior adesão e proteção”, destacam os pesquisadores no relatório preliminar.

Segundo o Ministério da Saúde, o SUS contabiliza 119 mil usuários de PrEP. Apesar da expansão da estratégia preventiva, o boletim epidemiológico de 2023 notificou 46.495 novas infecções, cerca de 2 mil a mais que no ano anterior; mais de 40% dos casos ocorreram em homens de 20 a 29 anos. No mesmo período, avanços terapêuticos contribuíram para reduzir a mortalidade por aids em 32,9% entre 2013 e 2023.

A inclusão do cabotegravir no SUS depende agora do parecer da Conitec e da posterior decisão ministerial, que levará em conta custos, benefícios clínicos e contribuições da sociedade civil enviadas durante a consulta pública.

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