
No Dia Mundial do Diabetes, celebrado em 14 de novembro, especialistas reforçam que o controle rigoroso do diabetes é fundamental para prevenir a doença renal crônica (DRC) e, consequentemente, evitar a necessidade de diálise ou transplante no longo prazo.
Quase um terço dos dializados é diabético
Dados do Censo Brasileiro de Diálise 2024, da Sociedade Brasileira de Nefrologia, mostram que 30% dos pacientes em diálise no país são portadores de diabetes. O quadro reflete uma tendência mundial: cerca de 40% das pessoas com diabetes tipo 1 ou tipo 2 desenvolvem algum grau de comprometimento renal durante a vida.
Como o alto nível de glicose afeta os rins
O excesso de glicose prolongado danifica gradualmente os vasos sanguíneos renais, provocando perda de albumina na urina e queda na taxa de filtração glomerular. O processo, conhecido como nefropatia diabética, avança de forma silenciosa e pode levar anos até se tornar perceptível.
No estágio inicial, exames simples – dosagem de creatinina no sangue e pesquisa de albumina na urina – detectam a microalbuminúria, principal sinal precoce. Pressão arterial elevada, inchaço nos membros inferiores e urina excessivamente espumosa tendem a surgir apenas quando a função renal já está comprometida.
Tratamentos que protegem a função renal
Estudos clínicos comprovam que o controle rigoroso da glicemia e da pressão arterial é a medida mais eficaz para retardar a DRC. Medicamentos tradicionais, como inibidores da enzima conversora de angiotensina (IECAs) ou bloqueadores dos receptores de angiotensina (BRAs), permanecem pilares da terapia por reduzirem a pressão interna dos rins.
Nos últimos anos, novas classes farmacológicas ampliaram a proteção renal. Os inibidores de SGLT2, representados por empagliflozina e dapagliflozina, demonstraram reduzir a perda da função renal e a incidência de eventos cardiovasculares. Já a finerenona, um bloqueador não esteroidal dos receptores de mineralocorticoides, mostrou diminuir a progressão da DRC em pacientes com diabetes tipo 2 e albuminúria.

Importância do diagnóstico precoce
Embora os avanços terapêuticos atrasem a necessidade de diálise, o diagnóstico precoce continua decisivo. Consultas regulares com endocrinologistas e nefrologistas, além de acompanhamento multiprofissional com nutricionistas e educadores em saúde, formam a estratégia indicada para pessoas com diabetes.
Prevenção começa no estilo de vida
Alimentação equilibrada, atividade física rotineira, manutenção do peso e a realização periódica de exames de sangue e urina compõem as principais ações preventivas. Especialistas ressaltam que tais medidas não só preservam a função renal, como também reduzem gastos futuros com terapias complexas, como diálise e transplante.
Em síntese, controlar o diabetes desde o diagnóstico e monitorar a saúde dos rins em fases iniciais são medidas capazes de manter a qualidade de vida e evitar intervenções de alto custo no futuro.

Faça um comentário