Corrêa do Lago levará demandas da Cúpula dos Povos à COP30

O embaixador André Corrêa do Lago, presidente da 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30), anunciou neste domingo (16), em Belém, que apresentará as propostas da Cúpula dos Povos durante as reuniões de alto nível da conferência, que começam nesta segunda-feira.

Ao encerrar o encontro paralelo, Corrêa do Lago recebeu a carta final elaborada pelo comitê político da Cúpula, documento que reúne sugestões e cobra maior participação popular nas discussões sobre a emergência climática. “Saber que a sociedade civil mundial tem voz em Belém é absolutamente sensacional”, declarou o diplomata, ressaltando que as negociações na ONU exigem consenso entre 195 países e, portanto, são “superdifíceis”.

Além da carta política, o presidente da COP30 foi presenteado com o manifesto da Cúpula das Infâncias, produzido por cerca de 700 crianças e adolescentes que participaram das atividades. No texto, elas expressam preocupação com o futuro do planeta e pedem ações concretas para conter o aquecimento global: “Queremos continuar vivos, crescer num mundo que ainda respire”, escrevem.

O documento dos movimentos sociais critica o que denomina “falsas soluções” para a crise climática e aponta o modelo de produção capitalista como causa central do problema. Entre as reivindicações estão:

  • demarcação de terras indígenas e reforma agrária;
  • incentivo à agroecologia;
  • eliminação gradual dos combustíveis fósseis;
  • financiamento público para uma transição justa, com taxação de grandes corporações, agronegócio e dos mais ricos;
  • maior protagonismo de povos tradicionais e reconhecimento de saberes ancestrais.

A carta menciona ainda empresas transnacionais dos setores de mineração, energia, armamentos, agronegócio e tecnologia como principais responsáveis pela intensificação dos eventos climáticos extremos, que atingem com maior força comunidades periféricas e reforçam o racismo ambiental.

Nesta edição, a Cúpula dos Povos reuniu cerca de 70 mil participantes de 1,3 mil organizações. Povos originários, quilombolas, pescadores, extrativistas, trabalhadores urbanos, mulheres, população LGBTQIAPN+, jovens e idosos ocuparam diversos espaços da capital paraense em debates, oficinas e manifestações.

A programação começou em 12 de novembro com uma barqueata na Baía do Guajará e incluiu, no sábado, a Marcha Mundial pelo Clima, que levou cerca de 70 mil pessoas às ruas de Belém. O encerramento ocorreu na Praça da República com um “banquetaço”, distribuição de refeições por cozinhas comunitárias e apresentações culturais.

Ao se comprometer a levar as demandas sociais à COP30, Corrêa do Lago afirmou que o apoio popular reforça sua responsabilidade na condução das negociações climáticas. As sessões de alto nível da conferência, onde estarão chefes de Estado e ministros, definirão os próximos passos para cumprir a meta de limitar o aquecimento global a 1,5 °C, conforme o Acordo de Paris.

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