Crianças cobram espaço na COP30 e se dizem vítimas do clima

Crianças na COP30 cobram espaço e se dizem vítimas do clima, segurando um globo terrestre símbolo do movimento ambientalista.
Imagem: Ilustrativa

Enquanto negociadores preparam a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP30), prevista para 2025 na capital paraense, um grupo de crianças e adolescentes organiza-se para colocar a infância no centro das discussões climáticas. O movimento “COP das Crianças” quer garantir assento nas mesas de decisão e sustenta que os impactos ambientais presentes recairão principalmente sobre a geração que hoje está na escola.

Dados da Organização das Nações Unidas indicam que quase 6 milhões de menores podem ser empurrados para a pobreza na América Latina em consequência das mudanças climáticas. Com base nesse cenário, jovens de diferentes regiões do Brasil alertam que não podem ficar de fora das definições de metas, financiamentos e políticas públicas a serem debatidas em Belém.

A baiana Catarina Lorenzo, 18 anos, integra o movimento e defende participação efetiva da juventude. “As gerações passadas já falharam conosco. Se as decisões vão afetar nossa vida, temos direito de acompanhar cada passo”, afirmou.

Do Amazonas, a indígena Taíssa Kampeba, 14 anos, da comunidade Tururukari-Uka, reforça que a perspectiva infantil traz propostas distintas das apresentadas por adultos. Ela acredita que a presença de crianças em mesas de negociação pode ampliar a compreensão sobre riscos que atingem povos originários e populações vulneráveis. “Seria importante sermos ouvidos pelas autoridades que podem agir”, disse.

O movimento recebe o apoio de familiares que veem nos filhos agentes de transformação. A paraense Catarina Nefertari, do coletivo Amazônia de Pé e mãe de um garoto de 10 anos, considera histórico haver uma representação específica da infância na COP30. Para ela, permitir que menores falem diretamente com chefes de Estado ajuda a sensibilizar quem define políticas.

De acordo com os organizadores, está em fase de acerto um encontro formal entre delegações de crianças e negociadores oficiais ainda durante os preparativos da conferência. A expectativa é incluir no texto final da COP30 referências explícitas aos direitos da infância, como proteção contra eventos extremos, acesso à água potável e financiamento de educação sustentável.

Além de reivindicar espaço, o grupo pretende divulgar materiais pedagógicos e promover oficinas em escolas da Região Norte para explicar o funcionamento das conferências da ONU. Os jovens também planejam apresentar estudos de caso sobre enchentes, secas e queimadas que afetam diretamente comunidades escolares.

Para os participantes, a COP das Crianças pode se tornar um canal permanente de diálogo com governos, reforçando a ideia de que combater o aquecimento global é, acima de tudo, proteger o futuro de quem hoje ainda não alcançou a maioridade.

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