Curso forma 260 mulheres para empreender em moda, beleza e comida

Um grupo de 260 mulheres concluiu, nesta quinta-feira (18), o programa Mulher Potência Empreendedora, iniciativa do Instituto da Providência realizada no Teatro Bangu Shopping, zona oeste do Rio de Janeiro. Durante nove meses, as participantes receberam capacitação em gastronomia, moda e beleza com o objetivo de estruturar ou iniciar pequenos negócios.

Desde 2022, o projeto já atendeu 1,7 mil mulheres em situação de vulnerabilidade social e contribuiu para a criação de 684 empreendimentos, segundo dados da organização. A faixa etária das alunas varia de 18 a 60 anos, todas residentes na região oeste da capital fluminense.

Para a diretora executiva do Instituto da Providência, Maria Garibaldi, a formação representa um ponto de virada: “São mulheres que agora conseguem olhar para a frente, como donas dos seus próprios negócios, autônomas e gerando renda”. O programa mantém acompanhamento pós-curso, com mentorias voltadas à formalização e gestão financeira.

Histórias que motivam novos negócios

Entre as formandas está Evelin de Moura Nascimento, 38 anos. Depois de perder o filho de 2 anos e 4 meses por suposta negligência médica, ela criou o projeto Mufi – Mais um Futuro, que acolhe famílias em situação semelhante. Formada em técnico de produção de moda, Evelin aproveitou as aulas para aprimorar a confecção de camisas estampadas, produto que sustenta a iniciativa. “O curso me ajudou muito na fase de luto; o Mufi virou uma marca e agora busco justiça pelo meu filho”, afirmou.

Raquel Baltar de Paula, 40 anos, viu no treinamento uma forma de reforçar a renda doméstica após o marido e o filho de 20 anos perderem o emprego. Ela começou revendendo salgados comprados de terceiros e, com o módulo de gastronomia, passou a produzir as próprias receitas. “Posso dizer que foi a melhor coisa que me aconteceu. Aprendi técnicas de doces e salgados e, durante um tempo, fui a provedora do lar”, contou.

A área de beleza também ganhou novos nomes. Claudete Luiz da Costa, 44 anos, solteira e sem filhos, dependia financeiramente da família até ingressar no curso de cílios e sobrancelhas. Hoje, sente-se pronta para atender clientes: “Entramos cruas, mas uma segurava a mão da outra. Construímos uma profissão e agora estou capacitada para o mercado”.

Impacto financeiro e social

O Instituto da Providência estima que a renda das formandas crescerá de forma “exponencial” após a abertura dos negócios, refletindo na qualidade de vida das famílias, especialmente em educação, saúde e lazer. Além das aulas práticas, o programa oferece oficinas de planejamento, finanças básicas, marketing e acesso a microcrédito.

A palavra-chave “mulheres empreendedoras” permeia toda a proposta da capacitação, que combina qualificação técnica, apoio psicológico e construção de redes de contato. O modelo tem atraído parcerias de empresas privadas e editais públicos, com metas de expansão para outros bairros do Rio e municípios vizinhos.

Com o certificado em mãos, as novas mulheres empreendedoras começam agora a fase de formalização e divulgação dos serviços. O Instituto planeja acompanhar cada projeto por mais dois anos, período considerado crucial para garantir a sustentabilidade dos negócios criados.

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