Delegação brasileira disputa Olimpíada Internacional de Astronomia na Índia

Cinco estudantes do ensino médio representam o Brasil na 18ª edição da Olimpíada Internacional de Astronomia e Astrofísica (IOAA), competição que ocorre até 21 de agosto em Mumbai, na Índia. O evento reúne equipes de aproximadamente 60 países, cada uma composta por cinco alunos e dois professores, com o objetivo de estimular o interesse dos jovens pela pesquisa em astronomia e astrofísica.

A delegação brasileira é formada por Franklin da Silva, de Recife (PE); Francisco Carluccio, de Campinas (SP); Giovanna Karolinna Ribeiro, da capital paulista; Luca Pieroni, de Valinhos (SP); e Lucas Amaral, de Itapetininga (SP). O grupo é acompanhado pelos docentes Júlio César e Eduardo Henrique Camargo, responsáveis pela orientação pedagógica durante todas as fases da competição.

Trajetória dos participantes

Lucas Amaral, 17 anos, iniciou a participação em olimpíadas científicas ainda no 8º ano do ensino fundamental, motivado pelo gosto por filmes de ficção científica. Na Olimpíada Brasileira de Astronomia (OBA), conquistou medalha de ouro, resultado que o incentivou a buscar vagas nas seletivas para a etapa internacional. No ensino médio, dedicou-se a estudos específicos de física, matemática e observação astronômica, exigidos pelas provas teóricas e práticas da IOAA. Para o estudante, a experiência em Mumbai é uma oportunidade de troca cultural com delegações de diversas partes do mundo. Ele frisa que, mesmo sem medalha, o contato com representantes de 60 nações já se configura como conquista pessoal e acadêmica.

A paulista Giovanna Karolinna Ribeiro, 18 anos, mantém ligação com a ciência desde a infância. O interesse pela astronomia surgiu antes mesmo do ensino médio, mas ganhou força durante o 9º ano, quando participou das primeiras competições e intensificou o estudo de física. Ao classificar-se para a IOAA, afirmou sentir orgulho e responsabilidade por levar o nome do país, reconhecendo a pressão envolvida em um processo seletivo altamente concorrido. Segundo a estudante, a combinação entre paixão de infância e afinidade pela área de exatas foi decisiva para o resultado obtido.

Franklin da Silva, representante de Recife, e Francisco Carluccio, de Campinas, completam o time ao lado de Luca Pieroni, natural de Valinhos. Cada um percorreu trajetórias similares, baseadas em competições nacionais, cursos de preparação específicos e testes seletivos sucessivos até compor a equipe brasileira. O desempenho coletivo nessas etapas garantiu a vaga para a IOAA 2025, considerada uma das competições estudantis mais abrangentes da área de ciências exatas.

Sobre a Olimpíada Internacional de Astronomia e Astrofísica

Criada em 2007, a IOAA é voltada a estudantes do ensino médio e combina provas teóricas, experimentais e observacionais. Nas avaliações escritas, os competidores solucionam questões de astrofísica, cosmologia, mecânica celeste e instrumentação. Já as etapas práticas exigem habilidades de reconhecimento de objetos no céu, análise de dados de telescópios e interpretação de fenômenos astronômicos. Além de medir conhecimento técnico, a olimpíada estimula trabalho em equipe e intercâmbio cultural entre os participantes.

Nesta 18ª edição, Mumbai sedia as atividades em campos de observação montados em áreas urbanas e em laboratórios acadêmicos da região. A organização local fornece infraestrutura de telescópios, planetários e salas de aula onde quase 300 estudantes realizam os exames. Ao término das provas, os resultados são computados para definir medalhas de ouro, prata, bronze e menções honrosas, tanto individuais quanto por equipes.

Seleção e preparação no Brasil

No Brasil, o processo de escolha dos representantes envolve várias fases classificatórias. Alunos premiados na OBA e em outras competições científicas passam por provas adicionais que avaliam profundidade de conteúdo e capacidade de resolução de problemas complexos em tempo limitado. Durante a preparação, os estudantes participam de treinamentos intensivos, resolvendo exercícios avançados de astronomia e simulando situações de observação. Professores Júlio César e Eduardo Henrique Camargo coordenam esses encontros, revisando conceitos de física moderna, astrofotometria e dinâmica orbital.

Segundo os organizadores brasileiros, a participação na IOAA contribui para a formação acadêmica dos jovens e cria oportunidades de ingresso em cursos superiores ligados à ciência, tecnologia, engenharia e matemática. Além disso, a visibilidade internacional reforça a importância de programas de incentivo à pesquisa em nível escolar.

Expectativas até o encerramento

A cerimônia de encerramento, agendada para 21 de agosto, marcará a divulgação oficial dos resultados. Até lá, a equipe brasileira alterna sessões de prova com atividades culturais oferecidas pela organização indiana. Entre visitas a centros científicos de Mumbai e intercâmbio com delegações estrangeiras, os estudantes esperam ampliar networking, trocar experiências sobre projetos de iniciação científica e conhecer novas técnicas de observação astronômica.

Independentemente da colocação final, os cinco alunos destacam que integrar a competição representa reconhecimento do esforço coletivo ao longo de vários anos de estudo. A expectativa é que a participação motive outros jovens brasileiros a ingressar em olimpíadas científicas e aprofundar o conhecimento em astronomia e astrofísica.

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