
Um levantamento divulgado em janeiro de 2025 indica que o número global de diagnósticos de demência continua a crescer e que mais de metade dos casos ocorre em mulheres. A pesquisa analisa registros populacionais de vários continentes e confirma que o avanço da idade permanece o principal fator de risco, mas chama atenção para diferenças de gênero que vão além da expectativa de vida.
De acordo com os autores, o fato de as mulheres viverem, em média, mais tempo do que os homens explica parte da disparidade, já que a doença se manifesta sobretudo depois dos 65 anos. No entanto, o relatório aponta que outros elementos biológicos e sociais, ainda pouco conhecidos do público em geral, também contribuem para o quadro.
Entre os pontos destacados estão variações hormonais ao longo da vida, a maior prevalência feminina de determinadas doenças crônicas e diferenças históricas de acesso à educação formal — fator associado à chamada reserva cognitiva. Esses aspectos, segundo o estudo, podem influenciar tanto o início quanto a progressão da demência.
Os pesquisadores recomendam que políticas de saúde pública considerem estratégias específicas para cada gênero. Eles sugerem ampliar campanhas de informação sobre fatores de risco modificáveis, incentivar a prática de atividades físicas e garantir o acompanhamento de condições como hipertensão e diabetes, conhecidas por impactar a saúde cerebral.
Com a projeção de que a população idosa aumente significativamente nas próximas décadas, os autores alertam que compreender melhor por que a demência em mulheres é mais frequente será determinante para planejar serviços de longo prazo e reduzir o impacto socioeconômico da doença.

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