
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta quarta-feira (24), em Nova York, que “a democracia é o que está em jogo para o futuro da humanidade”. A declaração foi feita durante a 2ª edição do evento Em Defesa da Democracia e Contra o Extremismo, que reúne lideranças de aproximadamente 30 países.
Lula compartilha a coordenação do encontro com os presidentes do Chile, Gabriel Boric, e da Espanha, Pedro Sánchez. O objetivo da iniciativa é fortalecer uma diplomacia ativa capaz de enfrentar a deterioração das instituições, o avanço da desinformação, o discurso de ódio e a crescente desigualdade social.
Segundo o chefe do Executivo brasileiro, somente regimes democráticos poderão “reconstruir o multilateralismo e devolver harmonia às relações entre Estados”. Ele chamou atenção para o crescimento da extrema-direita e pediu autocrítica dos setores progressistas. “Vamos responder para nós mesmos onde erramos, para que a extrema-direita crescesse com a força que tem hoje”, disse.
Lula questionou ainda a prática de governos eleitos pela esquerda que, após a posse, priorizam interesses contrários à sua base social. “Muitas vezes ganhamos eleições com discurso de esquerda e, quando começamos a governar, atendemos mais aos interesses dos nossos adversários do que dos nossos amigos”, afirmou.
Dirigindo-se aos demais líderes, o presidente destacou que a pressão de setores econômicos e da mídia não pode afastar governantes de seus apoiadores originais. “Aos poucos, passamos a dar atenção a quem fala bem de nós e ignoramos quem foi às ruas nos defender”, observou.
Para Lula, enfrentar extremismo, negacionismo e discursos de caráter fascista depende de uma revisão da relação entre governos democráticos e sociedade civil. “Se encontrarmos essa resposta, voltaremos a vencer a direita; caso contrário, continuaremos sufocados”, concluiu.
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