
Um estudo que avalia turismo excessivo em 2024 aponta destinos nos quais o número de visitantes ultrapassa o total de moradores, fenômeno que reacende o debate sobre os limites do setor. A análise considera a razão turistas-por-habitante para países e territórios cuja economia depende fortemente da atividade turística.
De acordo com o levantamento, nações europeias continuam entre as mais pressionadas. Embora o turismo represente parcela significativa do Produto Interno Bruto em várias dessas localidades, autoridades relatam efeitos colaterais visíveis, como encarecimento de aluguéis, expulsão de moradores de áreas centrais e sobrecarga de serviços públicos.
O estudo destaca ainda que a rápida expansão de plataformas de hospedagem de curto prazo vem reduzindo a oferta de moradias permanentes, contribuindo para crises imobiliárias em cidades que já lidam com infraestrutura limitada. “Quando o volume de visitantes cresce sem planejamento, o impacto sobre o mercado de habitação e sobre o cotidiano dos residentes se torna inevitável”, resume um dos coordenadores da pesquisa.
A lista de destinos analisados inclui arquipélagos caribenhos, regiões mediterrâneas e pequenas ilhas asiáticas, todos com forte dependência de receitas vindas de turistas internacionais. O Vaticano, apesar de atrair milhões de pessoas por ano, ficou de fora por possuir população ínfima, o que distorceria os resultados.
Especialistas ouvidos pelo relatório recomendam políticas que controlem o fluxo de visitantes em períodos de pico, diversifiquem fontes de renda locais e estimulem estadias mais longas, em vez de passagens rápidas, como forma de equilibrar ganhos econômicos e preservação da qualidade de vida dos moradores.
Com a temporada de viagens se aproximando, governos e setor privado são pressionados a adotar medidas que contenham o avanço do turismo excessivo, assegurando sustentabilidade aos destinos que, hoje, recebem mais turistas do que habitantes.

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