Dias Toffoli viaja em jato privado com advogado do caso Master

O ministro do STF Dias Toffoli embarcou na manhã de 28 de novembro, uma sexta-feira, rumo a Lima, no Peru, em um jato particular de propriedade do empresário Luiz Osvaldo Pastore. O voo reuniu pouco mais de dez passageiros, entre eles o ex-secretário Nacional de Justiça Augusto Arruda Botelho, que hoje atua como advogado de um diretor do Banco Master. A comitiva retornou ao Brasil no domingo, 30 de novembro.

A viagem coincidiu com a final da Taça Libertadores, disputada no sábado, 29, quando o Flamengo venceu o Palmeiras, equipe para a qual Toffoli torce. O traslado foi revelado por coluna do jornal O Globo e confirmado posteriormente.

No mesmo dia do embarque, na tarde de 28 de novembro, chegou ao Supremo Tribunal Federal um processo relacionado ao chamado caso Master, e o relator sorteado foi justamente Dias Toffoli. Quatro dias depois, em 2 de dezembro, o ministro determinou grau elevado de sigilo a uma petição protocolada pela defesa de Daniel Vorcaro, sócio do Banco Master investigado por suposta fraude de R$ 17 bilhões.

A defesa recorreu ao STF depois que, durante uma busca e apreensão, autoridades encontraram um envelope com documentos sobre um negócio imobiliário ligado ao deputado João Carlos Bacelar (PL-BA). Em nota, o parlamentar declarou ter participado da estruturação de um fundo para construir um empreendimento em Trancoso (BA); segundo ele, a operação não avançou, embora Vorcaro tivesse manifestado interesse em adquirir parte do projeto.

Inicialmente, as apurações envolvendo Vorcaro correram na Justiça Federal do Distrito Federal. O empresário foi detido em 17 de novembro no Aeroporto de Guarulhos, quando se preparava para viajar a Dubai. Dias depois, a juíza Solange Salgado da Silva, do TRF-1, concedeu liberdade provisória, impôs uso de tornozeleira eletrônica e outras medidas cautelares. Para a magistrada, “as suspeitas são graves, mas o monitoramento eletrônico e restrições adicionais se mostram suficientes”. O Ministério Público Federal recorreu, pedindo que a prisão de Vorcaro e de outros executivos seja restabelecida.

Procurado por meio da assessoria do STF, Dias Toffoli não comentou a viagem nem a distribuição do processo. A reportagem também não obteve resposta de Pastore, dono da aeronave. Augusto Arruda Botelho, convidado do voo e amigo do empresário, foi contatado, porém não retornou.

O sigilo determinado por Toffoli mantém fora do acesso público detalhes da petição apresentada pelos defensores de Vorcaro. Não há prazo definido para o ministro analisar os pedidos que tramitam sob segredo no âmbito do caso Master.

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