Diretriz mede risco cardíaco em adultos com obesidade e sobrepeso

A Diretriz Brasileira Baseada em Evidências de 2025 para o Manejo da Obesidade, divulgada por Abeso, SBD, SBC, SBEM e ABS, estabelece que todo adulto com sobrepeso ou obesidade deve ter o risco cardiovascular avaliado de forma sistemática e classificado como baixo, moderado ou alto.

Classificação de risco

Segundo o documento, o enquadramento considera idade, Índice de Massa Corporal (IMC), presença de fatores de risco e o escore Prevent, calculadora que estima a probabilidade de infarto, acidente vascular cerebral (AVC) e insuficiência cardíaca em dez anos.

Risco baixo: pessoas com IMC abaixo de 40 e menos de 30 anos sem fatores de risco, ou com 30 anos ou mais e escore Prevent inferior a 5%.

Risco moderado: indivíduos com IMC abaixo de 40, sem eventos cardiovasculares prévios, mas com um ou mais fatores de risco; ou escore Prevent entre 5% e 20%.

Risco alto: pacientes com doença coronariana, infarto prévio, AVC, revascularização arterial, diabéticos tipo 2 há mais de dez anos, doença renal crônica estágio 3b ou escore Prevent igual ou superior a 20%.

A diretriz apresenta ainda uma categoria específica de alto risco para insuficiência cardíaca, que inclui pessoas com IMC acima de 40, associação de obesidade, diabetes e hipertensão, apneia obstrutiva do sono grave, fibrilação atrial ou doença aterosclerótica estabelecida, entre outras condições.

Uso de agonistas de GLP-1

O texto ressalta o papel de medicamentos agonistas do GLP-1, popularmente chamados de canetas emagrecedoras. Para adultos com sobrepeso ou obesidade e risco cardiovascular moderado ou alto, recomenda-se liraglutida com objetivo de perda ponderal e redução de eventos cardíacos.

Também há indicação de semaglutida em pessoas com IMC igual ou superior a 27, sem diabetes, mas com doença cardiovascular já diagnosticada, visando diminuir mortes por causas cardiovasculares, infarto e AVC.

Perda de peso como estratégia terapêutica

A diretriz enfatiza que a redução de peso continua essencial no tratamento de apneia obstrutiva do sono moderada ou grave e em portadores de insuficiência cardíaca. Nesses grupos, a perda ponderal visa melhorar sintomas, qualidade de vida, função cardíaca e capacidade física.

Ferramenta Prevent

A orientação de empregar o escore Prevent vale para adultos de 30 a 79 anos com sobrepeso ou obesidade que não tenham histórico de doença cardiovascular. O cálculo contribui para padronizar a estratificação de risco e guiar intervenções, que podem incluir mudanças de estilo de vida, farmacoterapia ou encaminhamento para avaliação especializada.

Com a publicação, as entidades signatárias buscam integrar o controle da obesidade à prevenção de infarto, AVC e insuficiência cardíaca, reforçando a necessidade de acompanhamento contínuo em todas as faixas de IMC.

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