
Nesta quarta-feira (20), o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) contestou publicamente o indiciamento feito pela Polícia Federal pelos crimes de coação no curso do processo e tentativa de abolição do Estado Democrático de Direito. A manifestação ocorreu em sua conta no X (antigo Twitter), onde classificou a investigação como “lamentável e vergonhosa”.
Segundo a PF, o indiciamento foi formalizado após conclusão de inquérito que apurou a atuação do parlamentar, então radicado nos Estados Unidos, para influenciar o governo do ex-presidente norte-americano Donald Trump a adotar medidas de retaliação contra o governo brasileiro e ministros do Supremo Tribunal Federal (STF). Entre as ações investigadas está a sugestão de um tarifaço de 50% sobre produtos brasileiros e possíveis sanções a autoridades do país.
Eduardo Bolsonaro rebateu a tese policial, chamando o relatório de “absolutamente delirante”. “Se a intenção era influenciar políticas de governo, a decisão não estava em minhas mãos, mas sim nas autoridades americanas”, escreveu. Ele citou Trump, o senador Marco Rubio e o então secretário do Tesouro Scott Bessent como responsáveis pelas eventuais medidas e questionou por que não foram incluídos no inquérito.
O deputado afirmou que sua permanência nos Estados Unidos está amparada pela Primeira Emenda da Constituição local, que lhe garantiria liberdade de expressão e o direito de peticionar ao governo norte-americano. Acrescentou que seu objetivo é “restabelecer as liberdades individuais no Brasil” por meio de um projeto de anistia em tramitação no Congresso.
Para o parlamentar, a investigação busca provocar desgaste político, sobretudo em razão de sua defesa de anistia para os envolvidos na tentativa de golpe de 8 de janeiro de 2023. “Se o meu crime for lutar contra a ditadura brasileira, declaro-me culpado de antemão”, declarou.
Até o momento, a Polícia Federal não se pronunciou sobre as críticas. O indiciamento segue para análise do Ministério Público Federal, responsável por decidir se oferece ou não denúncia ao Supremo Tribunal Federal.
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