O Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) introduziu o modelo testlets na elaboração das 90 questões de linguagens e ciências humanas aplicadas no primeiro dia do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2025. O anúncio foi feito pelo ministro da Educação, Camilo Santana, em coletiva de imprensa na sede do órgão, em Brasília, logo após a aplicação da prova no domingo, 9 de novembro.
No novo formato, diferentes perguntas são vinculadas a um mesmo texto-base, sem que a resposta de uma dependa da outra. Segundo o Inep, a metodologia busca medir de forma mais precisa as competências desenvolvidas pelos participantes ao longo da formação escolar, permitindo avaliar desde a interpretação literal até inferências e aplicações de conceitos.
A adoção dos testlets também visa, de acordo com o instituto, reduzir a extensão do exame, evitar a repetição de trechos e possibilitar a inclusão de textos mais próximos das fontes originais. Com isso, torna-se possível explorar contextos de maior complexidade e propor tarefas cognitivas mais elaboradas.
Embora o segundo dia de provas esteja marcado para 16 de novembro, o Inep não confirmou se o mesmo modelo foi utilizado nas 90 questões de matemática e ciências da natureza. “O Inep não divulga previamente informações sobre prova por questões de segurança e sigilo”, informou a autarquia em nota. Mesmo assim, a diretora de Avaliação da Educação Básica, Hilda Linhares, afirmou que o plano é ampliar o uso do formato para outras áreas de conhecimento em futuras edições.
Especialistas avaliam a mudança de forma positiva. Para Camila Karino, diretora de Avaliações da Arco e porta-voz do SAS Educação, o teste em bloco “permite avaliar habilidades mais complexas” e não apresenta “desvantagens claras” em relação ao modelo anterior, em que cada questão possuía seu próprio texto de referência.
O Inep ressaltou que o modelo testlets não altera o cálculo da nota, que continuará baseado na Teoria de Resposta ao Item (TRI) — metodologia estatística usada há anos para estimar a proficiência dos estudantes a partir da consistência das respostas.
Os resultados do Enem podem ser usados para ingresso em universidades públicas ou privadas, obtenção de bolsas de estudo, acesso ao crédito estudantil e certificação do ensino médio, além de processos de seleção em instituições portuguesas.
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