
O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, recebeu nesta quinta-feira (18) o visto americano que faltava para integrar a comitiva do presidente Luiz Inácio Lula da Silva na 80ª Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas, marcada para a próxima semana em Nova York.
Em coletiva de imprensa em Brasília, Padilha informou que o documento foi emitido pelo consulado dos Estados Unidos. “Recebi o visto hoje; é obrigação de um país sede garantir o acesso de uma autoridade convidada”, afirmou.
A autorização ocorre após semanas de clima tenso entre Brasília e Washington. Em agosto, o governo do presidente Donald Trump anulou os vistos da esposa e da filha de 10 anos do ministro, além de revogar autorizações de outros servidores ligados ao programa Mais Médicos. O Departamento de Estado alegou, em nota assinada pelo secretário Marco Rubio, que os funcionários teriam contribuído para “exportação de trabalho forçado” de profissionais cubanos.
Padilha encontrava-se com o visto profissional expirado desde 2024, razão pela qual não foi alvo de cancelamento na ocasião. Mesmo assim, a decisão dos EUA foi vista como um sinal de pressão diplomática em meio a divergências sobre direitos trabalhistas de médicos estrangeiros e, mais recentemente, sobre a condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro.
Além de acompanhar Lula na sede da ONU, o ministro foi convidado a participar, ainda em setembro, da Conferência da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), que será realizada em Washington. Ele deverá apresentar iniciativas brasileiras de atenção primária e discutir financiamento para programas regionais.

Segundo fontes do Itamaraty, a concessão do visto dos Estados Unidos a Padilha elimina o último obstáculo para a formação completa da delegação brasileira. A agenda em Nova York inclui reuniões bilaterais, debates sobre segurança alimentar e participação no Fórum de Alto Nível para Cobertura Universal de Saúde.
Questionado sobre a possibilidade de novos entraves, o ministro limitou-se a dizer que seguirá “cumprindo compromissos oficiais” e que o Brasil “manterá diálogo franco” com o governo norte-americano.
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