
O estalo que algumas pessoas sentem ou ouvem ao movimentar a mandíbula costuma ser inofensivo, mas pode sinalizar desequilíbrio na articulação temporomandibular (ATM) quando se torna frequente ou doloroso. A ATM liga o maxilar ao crânio e participa de ações como falar e mastigar; alterações nesse complexo articular resultam em ruídos, dor ou limitação de movimento.
Possíveis causas do estalo
Fatores multifatoriais estão por trás do ruído na articulação. Entre os mais comuns, profissionais de saúde apontam:
• traumas no maxilar;
• doenças articulares;
• bruxismo — hábito de apertar ou ranger os dentes;
• tensão muscular associada ao estresse.
Em grande parte dos casos, o disco de cartilagem que atua como amortecedor se desloca da posição correta, provocando movimentos irregulares da mandíbula. Um trabalho publicado no Journal of Oral Rehabilitation reforça a relação entre estresse, bruxismo e estalos.
Sinais de alerta
Além do som característico, a pessoa pode apresentar dor, dificuldade para mastigar ou abrir a boca e sensação de bloqueio. Persistência desses sintomas, inchaço facial ou limitação funcional justificam avaliação odontológica ou médica.
Hábitos que agravam o quadro
• Mascar chiclete de forma contínua sobrecarrega músculos e ATM.
• Apoiar o queixo na mão, postura comum durante o trabalho, favorece desalinhamento mandibular.
Prevenção e cuidados diários
Reduzir o estresse, evitar alimentos muito duros ou que exijam mastigação prolongada e praticar exercícios suaves de relaxamento — abrir e fechar a boca lentamente com a língua no céu da boca — ajudam a preservar a articulação.
Opções de tratamento
Segundo a rede de saúde CUF, o manejo inicial inclui o uso de placas oclusais, fisioterapia e, quando indicado, relaxantes musculares. Em situações mais complexas, aplicações de toxina botulínica reduzem a atividade muscular excessiva. Casos severos, nos quais há alterações estruturais significativas, podem exigir cirurgia corretiva.
O cirurgião-dentista especializado em oclusão é o profissional indicado para diagnosticar e indicar a melhor intervenção. “A identificação precoce das causas evita a progressão para quadros dolorosos”, destaca o especialista.
Ao compreender por que surgem os estalos no maxilar, a pessoa consegue adotar medidas preventivas e buscar ajuda profissional no momento adequado, minimizando riscos à articulação e recuperando o conforto ao falar e mastigar.

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