
Pesquisas sobre comportamento alimentar indicam que o ganho de peso registrado logo depois das comemorações de Natal e Ano-Novo gira entre 0,5 kg e 1 kg. Embora pareça pouco, especialistas alertam que esse excedente costuma permanecer nos meses seguintes, tornando-se um dos fatores que impulsionam o aumento gradual do peso corporal ao longo dos anos.
O fenômeno é resultado de uma combinação de elementos típicos do período. A oferta abundante de pratos ricos em gordura, açúcar e sódio eleva a ingestão calórica. Estudo do National Institutes of Health mostra que alimentos de alta densidade energética retardam os sinais de saciedade, favorecendo o consumo excessivo, sobretudo em ambientes de confraternização.
Bebidas alcoólicas reforçam esse quadro. De acordo com a Harvard T.H. Chan School of Public Health, o álcool fornece sete calorias por grama e reduz a inibição, o que leva a escolhas alimentares menos equilibradas. Além disso, o estresse causado por viagens, compromissos sociais e gastos extras eleva o cortisol, hormônio associado tanto ao aumento do apetite quanto ao acúmulo de gordura abdominal, segundo a Mayo Clinic.
O aporte calórico extra não encontra contrapartida no gasto energético, já que a rotina de exercícios costuma ser interrompida. Pesquisas publicadas no Journal of Obesity apontam a queda na atividade física como um dos principais fatores para o desequilíbrio entre consumo e gasto de energia nessa época.
Orientações de especialistas
Para reduzir os impactos, profissionais de saúde sugerem medidas simples. O endocrinologista Julio Zancaneli destaca que chegar à ceia com fome favorece exageros. “Manter pequenas refeições leves ao longo do dia ajuda a controlar as porções”, orienta. Ele recomenda ainda intercalar o álcool com água e evitar consumo contínuo de bebidas.
Outra sugestão é montar o prato de uma vez, priorizando porções menores, e evitar beliscar durante toda a noite. Dessa forma, é possível provar diferentes preparações sem ultrapassar as necessidades diárias de energia.
Caso ocorram excessos, o especialista desaconselha dietas restritivas no dia seguinte. “Passar fome ou adotar medidas radicais pode prejudicar o organismo; o ideal é retomar a alimentação habitual”, afirma Zancaneli. A hidratação adequada e a preferência por frutas, legumes e proteínas magras auxiliam na recuperação do equilíbrio nutricional.
A retomada das atividades físicas também deve ser rápida. Exercícios regulares não funcionam como compensação pontual, mas como parte da manutenção da saúde metabólica e do balanço energético ao longo do ano.
Ao combinar controle de porções, moderação no álcool, hidratação e continuidade dos exercícios, é possível aproveitar as festas sem transformar um pequeno aumento temporário na balança em um problema persistente.

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