
A estreia da terceira temporada de Daryl Dixon, derivada da franquia The Walking Dead, recolocou em cena a dupla de protagonistas mais popular da saga, Daryl (Norman Reedus) e Carol (Melissa McBride). Exibido nesta semana, o episódio inicial apostou na conhecida cumplicidade entre os personagens, mas voltou a evidenciar um obstáculo que já havia prejudicado produções anteriores do universo zumbi: a ausência de um elenco de apoio sólido.
Logo após cruzarem o túnel que liga a França ao Reino Unido, Daryl e Carol desembarcam em Londres e encontram Julian, vivido por Stephen Merchant. Excêntrico e solitário, o britânico é apresentado como o aparente último sobrevivente da capital, carregando memórias de perdas pessoais e um humor peculiar ao chamar os mortos-vivos de “squids”.
Apesar do potencial, Julian permanece menos de vinte minutos em cena. Um naufrágio repentino encerra sua trajetória, e o personagem recebe apenas um enterro improvisado realizado por Daryl. A despedida rápida impede a criação de vínculo com o público e reforça a percepção de desperdício de tramas que poderiam ampliar o universo da série.
A situação repete um padrão observado em outros spin-offs. Em The Ones Who Live, o roteiro já havia eliminado em bloco o grupo que acompanhava Michonne, reduzindo oportunidades de desenvolvimento dramático. Ao escolher caminho semelhante, Daryl Dixon corre o risco de limitar a própria narrativa, sustentando-se quase exclusivamente na dinâmica entre seus protagonistas.
Para fãs que acompanham a franquia há mais de uma década, a parceria entre Daryl e Carol continua sendo o coração da história. Entretanto, a eliminação imediata do primeiro novo personagem da temporada sugere dificuldade em expandir o enredo e manter o interesse em longo prazo. A atuação de Merchant, equilibrando humor britânico e vulnerabilidade, indicava possibilidade de enriquecer não só as interações, mas também o retrato de uma Londres pós-apocalíptica.
Com a terceira temporada recém-iniciada, resta saber se a produção conseguirá introduzir figuras secundárias capazes de sustentar arcos paralelos e evitar a repetição do problema que marcou o episódio de abertura.
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