Estudo global revela ganhos de empresas com semana de quatro dias

Imagem de calendário com marcadores coloridos e um relógio, ilustrando os ganhos das empresas com a semana de quatro dias, destacando um estudo global.

Um amplo levantamento internacional indica que reduzir a jornada para uma semana de quatro dias, sem corte salarial, beneficia funcionários e empresas. Entre os mais de 900 trabalhadores avaliados, 69% relataram menor esgotamento, 42% citaram melhora na saúde mental e 37% perceberam avanços na saúde física. Além disso, 13% afirmaram que não aceitariam voltar ao modelo de cinco dias mesmo com aumento de salário.

Do lado corporativo, os resultados também foram positivos. As companhias classificaram o teste com média de 8,2 em uma escala de 0 a 10 e, após um ano, menos de 10% — cerca de 20 organizações — decidiram abandonar o projeto. Indicadores de desempenho como receita, absenteísmo e rotatividade mostraram evolução, reforçando a percepção de que é possível manter 100% da produção em 80% do tempo.

O principal ajuste apontado pelos participantes foi a redução de reuniões. A experiência da Microsoft Japão é frequentemente lembrada. Durante cinco sextas-feiras de agosto de 2019, a filial adotou jornada de quatro dias e limitou encontros a 30 minutos. A produtividade subiu 40%, enquanto as licenças médicas caíram 25%.

Outro efeito observado foi o ganho de criatividade. Quando convidados a autoavaliar esse aspecto, 46% dos empregados disseram ter ficado mais criativos depois da mudança, contra 29% que sentiram o oposto. Segundo o professor de ciência da computação Cal Newport, autor de “Slow Productivity”, a liberdade para trabalhar em ritmo natural favorece ideias novas.

Setores industriais também encontram formas de ajustar processos. A cervejaria artesã Pressure Drop Brewing, em Londres, que produz cerca de 2.500 litros semanais, reorganizou tarefas para caber em quatro dias. “Todos contribuíram com sugestões, e algumas pessoas trouxeram listas inteiras de melhorias”, contou o cofundador Ben Freeman. Cronometrar atividades e antecipar a reunião de planejamento permitiu economizar até duas horas na terça-feira.

Apesar dos ganhos relatados, parte dos economistas mantém ceticismo. O argumento é que aumentos de produtividade normalmente exigem investimentos elevados, o que não ocorre nesse modelo. Para os pesquisadores do estudo, a chave está em mobilizar tempo, energia e criatividade já existentes — uma situação descrita como “ganha-ganha” entre trabalhadores e gestores.

A discussão ganha urgência em meio à rápida adoção da inteligência artificial, que pode eliminar funções bem remuneradas. Nesse cenário, a semana de quatro dias surge como alternativa para preservar empregos e distribuir melhor as horas de trabalho.

Enquanto isso, diversas empresas adotam medidas intermediárias, como sextas-feiras sem reuniões ou folgas alternadas, sinalizando uma transição gradual do modelo tradicional de segunda a sexta para formatos mais enxutos, alinhados a uma economia baseada em conhecimento e alta tecnologia.

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