
Com a aproximação das festas de fim de ano, profissionais de saúde mental apontam estratégias para evitar discussões no Natal e preservar o clima de convivência familiar. Ao Daily Mail, as psicoterapeutas Bhavna Raithatha, Georgina Sturmer e Fiona Yassin explicam que o estresse típico da data — somado ao consumo de álcool e às altas expectativas — costuma desencadear conflitos em reuniões domésticas.
Segundo Raithatha, é “comum e natural” que atritos surjam quando parentes que não convivem diariamente passam longos períodos juntos. Para reduzir o risco de tensão, ela sugere um planejamento prévio, capaz de minimizar a ansiedade relacionada ao medo de conversas polêmicas.
Reconhecer padrões e estabelecer limites
Identificar temas recorrentes de atrito é o primeiro passo. “Se o conflito se repete todo ano, é provável que você já conheça os gatilhos”, observa Georgina Sturmer. Ao perceber a aproximação de um assunto sensível, a recomendação é usar uma frase breve para encerrar a conversa — por exemplo, lembrar que se trata de um tema divisivo e propor voltar a assuntos neutros.
Também é importante permitir que cada pessoa se expresse sem interrupções constantes. Raithatha ressalta que a segurança psicológica aumenta quando ninguém se sente pressionado a se defender o tempo inteiro. Manter expectativas realistas ajuda a evitar frustrações: se a relação já é tensa, esperar demonstrações de afeto incomuns pode ampliar a decepção.
Pausas programadas e apoio mútuo
Os especialistas indicam combinar um sinal discreto com um parceiro, irmão ou amigo para solicitar apoio caso o ambiente fique desconfortável. As pausas não servem para fugir do problema, mas para regular o sistema nervoso e retomar a conversa de forma equilibrada.
Quando há crianças presentes, a psicoterapeuta Fiona Yassin lembra que elas tendem a reproduzir falas ou comportamentos dos adultos. Por isso, evitar comentários ofensivos ou irônicos diante dos pequenos é fundamental.
Cuidar da saúde mental é prioridade
Os profissionais reforçam que ninguém é obrigado a comprometer o próprio bem-estar para atender expectativas externas. Caso a presença em determinado evento represente risco à saúde emocional, a recusa pode ser legítima. “O Natal é apenas um dia”, lembra Raithatha, sugerindo que amar familiares à distância, quando necessário, é uma alternativa válida.
Sentir ansiedade antes de um encontro familiar não deve ser interpretado como ingratidão. Reconhecer que outras pessoas compartilham da mesma preocupação ajuda a reduzir a autocobrança e contribui para um ambiente mais harmônico.

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