As aeronaves elétricas de decolagem e pouso vertical (eVTOL) entram na reta final de desenvolvimento e se aproximam das primeiras operações comerciais, sinalizando uma mudança no transporte urbano em todo o mundo.
Silenciosos, movidos a eletricidade e com manutenção simplificada por possuírem menos componentes, os eVTOLs devem reduzir o custo por passageiro e viabilizar o deslocamento aéreo de curta distância dentro das metrópoles. Projeções do setor indicam que voos comerciais no Brasil podem começar em 2028, enquanto Estados Unidos, Europa e Oriente Médio tendem a iniciar a fase operacional antes.
O Brasil desponta nesse mercado de Mobilidade Aérea Urbana (UAM). A Eve Air Mobility, controlada pela Embraer, reúne hoje o maior número de cartas de intenção de compra de eVTOLs no mundo. Empresas nacionais de aviação, como Gol, Líder Aviação, Voar Aviation, Revo, Avantto e Helisul, avaliam integrar o novo modal às suas frotas.
Apesar do entusiasmo, a consolidação da tecnologia ainda depende de regulamentação, infraestrutura de recarga e aceitação pública. “Um dos desafios é informar a sociedade sobre o que realmente são essas aeronaves e como funcionam”, afirma Emerson Granemann, CEO da MundoGEO e organizador da Expo eVTOL.
Eventos em São Paulo discutem futuro do setor
Para acelerar o debate, a MundoGEO promove desde 2023 o Fórum eVTOL e, a partir de 2024, a Expo eVTOL. A próxima edição ocorrerá de 16 a 18 de junho de 2026, no Expo Center Norte, em São Paulo. O 4º Fórum eVTOL reunirá 14 painéis sobre mercado, certificação, infraestrutura, regulamentação, tecnologia de baterias, recarga e aceitação social, com palestrantes nacionais e estrangeiros e tradução simultânea em português e inglês.
Paralelamente, o 2º Seminário “eVTOLs no Ecossistema de Mobilidade Aérea Urbana” será dedicado a gestores públicos responsáveis pelo planejamento de projetos de transporte aéreo nas cidades. A feira contará com a presença de fabricantes, investidores, a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) e o Departamento de Controle do Espaço Aéreo (Decea).
A edição anterior da Expo eVTOL, realizada em 2025, recebeu mais de 10 mil visitantes de 30 países, crescimento de 25 % em relação ao ano anterior, e reuniu 150 expositores. O evento aconteceu em conjunto com o MundoGEO Connect, DroneShow Robotics e SpaceBR Show.
“Os eVTOLs não são carros voadores, drones nem helicópteros; são aeronaves de nova geração”, reforça Granemann. O esclarecimento, segundo ele, é crucial para que o público compreenda os benefícios ambientais, sonoros e operacionais desse tipo de transporte.
Com fabricantes e operadores tradicionais se movimentando, e o Brasil em posição estratégica, o setor de eVTOL ganha fôlego para transformar a mobilidade aérea urbana na próxima década.
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