Exames de medicina nuclear PET e SPECT antecipam Alzheimer Parkinson e epilepsia no cérebro

Imagem de uma médica realizando um exame de PET ou SPECT em um paciente, com uma tela de computador mostrando uma imagem cerebral, destacando o uso de exames de medicina nuclear para antecipar Alzheimer, Parkinson e epilepsia.

Exames de medicina nuclear baseados em PET e SPECT estão permitindo identificar alterações cerebrais ligadas a Alzheimer, Parkinson e epilepsia antes do aparecimento de sintomas mais intensos, ampliando as possibilidades de tratamento precoce.

Radiotraçadores mostram o cérebro em ação

Tanto o PET (tomografia por emissão de pósitrons) quanto o SPECT (tomografia computadorizada por emissão de fóton único) utilizam pequenas quantidades de substâncias radioativas que se ligam a alvos específicos no tecido nervoso. O sinal emitido revela, em tempo real, o metabolismo e a perfusão das células, oferecendo um nível de detalhe que não aparece em métodos estruturais, como a ressonância magnética.

Novos usos aprovados para o Alzheimer

Em 2025, a agência reguladora norte-americana (FDA) aprovou novas indicações para traçadores capazes de mapear placas beta-amiloide, marca registrada do Alzheimer. Produtos como Amyvid, Neuraceq e Vizamyl agora podem ser usados não apenas para confirmar o diagnóstico, mas também para medir carga de placas e acompanhar a resposta a terapias. O PET com Tauvid, que identifica a proteína tau, complementa a investigação das demências.

Epilepsia: precisão cirúrgica

Quando a ressonância não encontra a lesão que gera a crise, o PET com 18F-FDG realizado entre os episódios, e o SPECT de perfusão aplicado durante a descarga elétrica, ajudam a localizar o foco epiléptico com alta precisão. Essa informação direciona a cirurgia e aumenta as chances de controle definitivo das crises.

Parkinson e distúrbios do movimento

No campo do Parkinson, o DaTscan diferencia a doença de tremores essenciais e de outros parkinsonismos ao evidenciar o transporte de dopamina nos gânglios da base. Já o PET-FDG mostra padrões de metabolismo que se sobrepõem às síndromes parkinsonianas e às demências.

Fronteiras em pesquisa

Estudos em andamento avaliam traçadores como UCB-J e SynVesT-1 para examinar diretamente a integridade das sinapses, além de compostos destinados a medir inflamação cerebral. Outro avanço é o ACI-12589, que mapeia a proteína alfa-sinucleína, fundamental para distinguir Parkinson de demência com corpos de Lewy.

PET e SPECT antecipam Alzheimer Parkinson e epilepsia no cérebro - Imagem do artigo original

Benefícios práticos

Protocolos internacionais atualizados permitem solicitar o exame apenas quando necessário, evitando exposições desnecessárias e reduzindo custos. A detecção funcional precoce favorece a introdução de terapias modificadoras de doença e possibilita monitorar a eficácia de medicamentos ao longo do tempo.

“Com os radiotraçadores atuais, conseguimos enxergar processos patológicos anos antes da perda cognitiva significativa”, afirma o médico nuclear Paulo Gustavo Lacerda. Ele ressalta que a interpretação deve sempre considerar história clínica, testes neuropsicológicos e imagens anatômicas.

Exames já disponíveis

• DaTscan – diferencia Parkinson de outros tremores;
• PET-FDG – mostra padrões metabólicos de demências e síndromes parkinsonianas;
• PET amiloide – identifica placas beta-amiloide no Alzheimer;
• Cintilografia MIBG – avalia inervação cardíaca em Parkinson e corpos de Lewy.

Embora os avanços permitam diagnósticos mais precoces e personalizados, cada traçador apresenta limitações específicas. A avaliação conjunta de neurologistas e especialistas em medicina nuclear continua essencial para garantir resultados confiáveis e condutas terapêuticas eficazes.

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