Expectativa de vida no Brasil atinge recorde de 76,6 anos

A expectativa de vida ao nascer no Brasil avançou para 76,6 anos em 2024, o patamar mais alto desde o início da série histórica do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), iniciada em 1940. O dado integra a Tábua de Mortalidade divulgada nesta sexta-feira (28) e supera em 0,2 ano o resultado de 2023, quando o indicador era de 76,4 anos.

Em comparação com 1940, quando um recém-nascido brasileiro podia projetar 45,5 anos de vida, o ganho chega a 31,1 anos. O crescimento confirma a tendência de longo prazo, interrompida apenas nos anos mais agudos da pandemia de covid-19: a expectativa caiu de 76,2 anos em 2019 para 72,8 anos em 2021, retomando a trajetória ascendente a partir de 2022.

Diferença entre homens e mulheres

O estudo mostra que as mulheres continuam vivendo mais. Para elas, a expectativa chegou a 79,9 anos em 2024, enquanto para os homens ficou em 73,3 anos — distância de 6,6 anos. A maior disparidade foi registrada em 2000 (7,8 anos) e a menor, em 1940 (5,4 anos).

A Tábua traz ainda o índice de sobremortalidade masculina, que compara as taxas de óbitos por sexo. Na faixa de 20 a 24 anos, a mortalidade dos homens foi 4,1 vezes superior à das mulheres. Entre 15 e 19 anos, essa relação é de 3,4; no grupo de 25 a 29 anos, 3,5. “As mortes por causas externas continuam elevadas entre jovens do sexo masculino”, informou o IBGE.

Efeito sobre a Previdência

Os números orientam o cálculo do fator previdenciário usado pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). Segundo a Tábua, quem chega aos 60 anos em 2024 deverá viver, em média, mais 22,6 anos — 20,8 para homens e 24,2 para mulheres. Aos 80 anos, a projeção adicional é de 9,5 anos para mulheres e 8,3 para homens. “O aumento está ligado à queda geral dos óbitos em quase todas as idades”, registrou o instituto.

Mortalidade infantil recua

A mortalidade infantil, que conta os óbitos de crianças com menos de um ano, ficou em 12,3 por mil nascidos vivos em 2024, abaixo de 12,5 em 2023. Embora superior ao índice de 11,4 de 2020, o resultado representa forte redução frente aos 146,6 óbitos por mil bebês observados em 1940. O IBGE atribui o avanço a campanhas de vacinação, atendimento pré-natal, expansão do saneamento e melhora da renda e da escolaridade.

Comparação internacional

Apesar do recorde nacional, o Brasil permanece distante dos países com maior expectativa de vida. Mônaco lidera o ranking global com 86,5 anos, seguido por San Marino (85,8), Hong Kong (85,6), Japão (84,9) e Coreia do Sul (84,4).

A divulgação da Tábua de Mortalidade reforça a importância de políticas públicas voltadas à redução de desigualdades regionais, ao combate às causas externas de morte e à ampliação do acesso a serviços de saúde, fatores diretamente associados à evolução da expectativa de vida no país.

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