
O Museu da Diversidade Sexual, localizado na estação República do Metrô de São Paulo, abriu nesta sexta-feira (14) a mostra Tybyras: Caminhos de uma Amazônia Queer, do artista visual paraense Henrique Montagne. A exposição gratuita reúne desenhos e fotografias que investigam a identidade queer entre o povo Tupinambá e propõem um diálogo sobre gênero, sexualidade e a relação do ser humano com a natureza.
Montagne explica que há pouca documentação sobre vivências LGBTQ+ em comunidades indígenas, lacuna que ao longo dos séculos contribuiu para o apagamento dessas narrativas. Ao combinar testemunhos de pessoas Tupinambá contemporâneas com imagens criadas em estúdio, o artista busca reconstruir um passado silenciado pelo processo de colonização.
A ideia surgiu a partir da história de Tibira do Maranhão, considerado o primeiro indígena Tupinambá assassinado por expressar identidade de gênero e sexualidade fora dos padrões impostos. Como não existem registros precisos sobre Tibira, o termo “queer” foi adotado por Montagne por abranger diversas possibilidades identitárias.
Além de abordar a violência histórica, a mostra evidencia o entrelaçamento de corpo, identidade e ambiente natural. “Se a natureza está distante de mim, posso explorá-la; mas, na verdade, somos uma coisa só”, afirma o artista, pontuando que a lógica colonial separou ser humano e meio ambiente.

Para produzir as imagens, Montagne construiu relações de confiança com os participantes. “Eu precisava me tornar amigo dessas pessoas; por muito tempo a arte retratou grupos minorizados como exóticos”, observa. O resultado exibe corpos LGBTQ+ indígenas em posições de alegria e dignidade, contrapondo narrativas que os associam somente ao sofrimento.
A entrada na exposição é franca, porém o público deve reservar ingresso antecipado pela plataforma Sympla ou retirá-lo na bilheteria do museu. Palavra-chave SEO principal: exposição LGBTQ+.

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