
A 5ª edição do Festival de Cultura em Direitos Humanos (DH Fest) começa nesta terça-feira, 25 de novembro, ocupando diversos espaços culturais da capital paulista com entrada gratuita até 12 de dezembro.
A abertura ocorre às 20h, na sala Reserva Cultural, com a primeira exibição comercial de Alma Negra, do Quilombo ao Baile, longa dirigido por Flavio Frederico que revisita, por meio de intelectuais como Beatriz Nascimento, Lélia González e Edneia Gonçalves, o movimento de valorização da cultura negra e o enfrentamento ao racismo a partir dos anos 1970. Os ingressos poderão ser retirados uma hora antes.
Além da Reserva Cultural, a programação estende-se ao Centro Cultural São Paulo (CCSP), Cinemateca Brasileira, Galpão Cultural Elza Soares, Espaço Petrobras de Cinema e à plataforma de streaming CultSP Play. A grade reúne longas e curtas-metragens, apresentações musicais, teatro, debates, almoço temático e festa de discotecagem no Galpão.
Homenagem a Vladimir Herzog
No ano em que se completam 50 anos do assassinato do jornalista Vladimir Herzog, o festival dedica um ciclo de documentários à sua trajetória. Entre os títulos está A Vida de Vlado – 50 Anos do Caso Herzog, de Simão Scholz, que traz relatos dos filhos Ivo e André Herzog e de colegas de redação. Em nota, o Instituto Vladimir Herzog reforça que “democracia não é herança garantida: é cultivo diário, feito com corpo, palavra e sonho”.
Debate Memória, Terra e Liberdade
O tema central desta edição – Memória, Terra e Liberdade – será discutido na quinta-feira, 27 de novembro, às 19h30, no CCSP, pelo ambientalista martinicano Malcom Ferdinand e pela escritora e ativista guarani Geni Nunez. Para os organizadores, “a memória não é passado estático, é ferida aberta e também semente de futuro”.
Prêmio Marimbás
Pela primeira vez, o DH Fest concede o Prêmio Marimbás, que reconhece trajetórias artísticas ligadas aos direitos humanos. Os homenageados são o fotógrafo Sebastião Salgado (in memoriam) e a atriz e cantora Zezé Motta. Após receber o troféu — criado pela cartunista Laerte em referência ao documentário Marimbás, único filme dirigido por Herzog — Motta apresenta um pocket show.
Outras atrações
No sábado, 29 de novembro, o Galpão Cultural Elza Soares abriga o almoço da Cozinha Escola Dona Ilda, do MST, a festa de vinil Discopédia e apresentação da cantora e deputada estadual Leci Brandão, cujo repertório destaca as lutas do povo negro e das mulheres.
A programação teatral estreia no festival com o musical Cerrado!, do Grupo Pano, indicado ao Prêmio Shell 2025. A tragicomédia, em cartaz no Espaço Ademar Guerra do CCSP na quarta-feira, 26 de novembro, usa realismo fantástico e teatro do absurdo para discutir colonialismo e integração latino-americana.
Ao todo, mais de vinte produções audiovisuais integram a mostra, incluindo obras inéditas assinadas por Aurélio Michiles, Evaldo Mocarzel, Joel Zito Araújo, Tainá Müller e uma série de Caru Alves de Souza. A programação completa está disponível no site oficial do evento.

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