Filme sul-coreano retrata dilúvio e dilema entre mãe e filho

A Grande Inundação, produção de ficção científica sul-coreana disponível na Netflix, utiliza o cenário de um dilúvio global para investigar a relação entre humanidade, memória e emoções. O enredo acompanha a pesquisadora Gu An-na e o menino Ja-in enquanto tentam escapar de uma catástrofe climática que submerge cidades inteiras.

À primeira vista, o longa foca no desastre natural, mas logo revela um experimento secreto conduzido por um centro de pesquisas ligado à ONU. An-na acreditava trabalhar em inteligência artificial, porém descobre que o verdadeiro objetivo era criar uma nova forma de vida capaz de repovoar a Terra após a extinção provocada pelo colapso climático.

No centro do projeto está o chamado “motor de emoções”, tecnologia destinada a incorporar sentimentos humanos em corpos artificiais. Ja-in, concebido em laboratório, torna-se a principal fonte de dados para essa ferramenta, já que suas memórias e experiências deveriam alimentar a futura geração sintética. O vínculo afetivo, inicialmente planejado pelos cientistas, transforma-se em relação materna genuína, colocando An-na em conflito com a organização.

Quando os responsáveis decidem extrair as lembranças do garoto, a pesquisadora enfrenta o dilema de salvar o filho ou cumprir a missão de assegurar a continuidade da espécie. A situação se agrava ao descobrir que ela própria será transferida para uma simulação repetitiva de seu último dia na Terra, concebida para testar os limites do motor emocional.

Nesse ambiente virtual, cada reinício permite que An-na revisite decisões, compreenda perdas e desenvolva empatia por outros sobreviventes. O processo evidencia que emoções não podem ser completamente programadas sem vivência e escolha moral, elemento que sustenta o discurso do filme sobre o que define a condição humana.

O desfecho confirma a morte da An-na biológica, mas apresenta suas memórias e as de Ja-in instaladas em corpos artificiais. Mãe e filho são lançados de volta ao planeta, simbolizando o início de uma nova humanidade que carrega a essência emocional de seus predecessores. A obra encerra a narrativa propondo perguntas sobre identidade e futuro, mais do que respostas definitivas sobre a sobrevivência após o desastre.

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