Filme revive trajetória de Milton Gonçalves no teatro, cinema e TV

Cena do filme que retrata a trajetória de Milton Gonçalves no teatro, cinema e TV, destacando sua atuação icônica e impacto na cultura brasileira.
Foto: Divulgação

O documentário “Milton Gonçalves – Além do Espetáculo”, quarto longa do cineasta carioca Luiz Antônio Pilar, chega ao circuito de arte brasileiro nesta quinta-feira, 6 de novembro, após sessão na Mostra Internacional de Cinema em São Paulo.

Com 94 minutos, a produção encerra a trilogia do diretor dedicada a personalidades negras da cultura nacional, iniciada com “Candeia” e “Lima Barreto, ao Terceiro Dia”. Agora, o foco recai sobre Milton Gonçalves, ator mineiro que se transformou em referência nas telas, nos palcos e na televisão.

Pilar, 65 anos, opta por construir o perfil do artista por meio de depoimentos. Entre os entrevistados estão Daniel Filho, Irene Ravache, Juca de Oliveira, Camila e Antônio Pitanga, além de colegas do Teatro de Arena, como Miriam Mehler. As filhas Catarina e Alda apresentam facetas do pai fora dos holofotes, relembrando passeios, a paixão pelo Flamengo e o período após o AVC sofrido em 2020.

Nascido em Monte Santo de Minas, Milton destacou-se em mais de 50 novelas da TV Globo. Personagens como Zelão das Asas, de “O Bem-Amado”, e Padre Honório, de “Roque Santeiro”, marcaram gerações. No cinema, acumulou quase 60 títulos. O auge veio em 1975 com “A Rainha Diaba”, de Antonio Carlos da Fontoura, papel que lhe rendeu, de forma inédita, os quatro principais prêmios da época: Candango, Air France, Coruja de Ouro e Governador do Estado.

Imagens de arquivo mostram trechos de “Rainha Diaba”, “Macunaíma”, “Eles Não Usam Black-Tie” e “Carandiru”. Ainda assim, o longa privilegia relatos sobre o cidadão, o militante do MDB e o conselheiro respeitado por colegas como Tony Tornado e Cosme dos Santos. “Ele sempre dizia: ‘estude, estude muito’”, recorda Santos em uma das poucas citações diretas.

A questão racial aparece de forma pontual, mencionando a resistência enfrentada por sua esposa Oda, branca, quando se formou em Direito, e a conquista de papéis antes restritos a atores brancos, como o Dr. Percival de “Pecado Capital”.

Além de direção e roteiro de Pilar, o filme tem fotografia de Daniel Leite e Tomás Camargo, montagem de Fernanda Portela e trilha do músico Antonio Neves. A produção é da MPC Filmes, com coprodução de Globo Filmes, GloboNews e Canal Brasil; a distribuição fica a cargo da Bretz Filmes.

“Milton Gonçalves – Além do Espetáculo” busca registrar não apenas a carreira, mas o legado humano do ator que morreu em 2022, aos 88 anos. O resultado prioriza a oralidade de quem conviveu com ele, apresentando ao público um retrato íntimo de um dos grandes nomes do entretenimento brasileiro.

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