Fiocruz começa a produzir Nusinersena para tratar AME no Brasil

Vaccine Nusinersena produzido pelo Fiocruz para tratamento da AME sendo preparado para uso hospitalar, com embalagem destaque na imagem.
Foto: Divulgação

A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) firmou acordo com a Hypera Pharma e a chinesa Aurisco Pharmaceutical para desenvolver e fabricar no país o Nusinersena, medicamento indicado para a Atrofia Muscular Espinhal tipo 5q (AME). A parceria foi oficializada durante o Agosto Roxo, mês dedicado à conscientização sobre a doença.

O projeto integra o Novo Programa de Aceleração do Crescimento da Saúde, iniciativa do Ministério da Saúde que busca reforçar a produção interna de medicamentos de alta complexidade, diminuir a dependência internacional e ampliar o acesso dos pacientes pelo Sistema Único de Saúde (SUS).

Em uso na rede pública desde 2019, o Nusinersena passará a ser produzido integralmente pela unidade Bio-Manguinhos/Fiocruz. Segundo a fundação, a internalização deve gerar economia aos cofres públicos e abrir caminho para uma plataforma nacional de produção de oligonucleotídeos, inédita na América Latina. A mesma tecnologia poderá ser aplicada no futuro ao desenvolvimento de terapias para outras enfermidades raras.

O cronograma será executado em etapas, com acompanhamento técnico desde a submissão do projeto até a validação da transferência de tecnologia. Ao término do processo, a Fiocruz prevê domínio completo da cadeia produtiva, possibilitando fabricação contínua em território nacional.

Para o presidente da Fiocruz, Mario Moreira, a iniciativa responde à necessidade de ampliar a oferta de tratamentos inovadores diante da transição demográfica brasileira. “A plataforma pioneira reforça o papel da instituição como base científica, tecnológica e industrial do SUS”, afirmou.

Rosane Cuber, diretora de Bio-Manguinhos/Fiocruz, destacou que o acordo “demonstra o compromisso com inovação, sustentabilidade e ampliação do acesso a terapias de ponta”. Já Marco Oliveira, representante da Aurisco no Brasil, classificou o momento como histórico para a empresa ao colaborar com um medicamento “seguro, eficaz e acessível”.

O Nusinersena é um oligonucleotídeo antisense que age sobre o gene SMN2 para estimular a produção da proteína essencial à sobrevivência dos neurônios motores afetados pela AME. Com a produção local, o governo pretende acelerar o fornecimento do fármaco e garantir continuidade do tratamento aos pacientes atendidos pelo SUS.

O monitoramento do projeto incluirá indicadores de desempenho, avaliação de custos e metas de transferência tecnológica. A expectativa é que as primeiras etapas de produção nacional comecem nos próximos anos, consolidando o Brasil como referência regional em terapias avançadas.

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