Genética, hormônios e hábitos definem onde a gordura se acumula

Ilustração do corpo humano destacando as áreas comuns onde a gordura se acumula, influenciadas por genética, hormônios e hábitos diários.

Estudos recentes confirmam que a distribuição de gordura corporal varia de pessoa para pessoa em razão de fatores como genética, perfil hormonal, idade, composição da microbiota intestinal e estilo de vida. Essa combinação explica por que alguns indivíduos acumulam gordura primeiro no abdômen, enquanto outros percebem ganho de medida em quadris, coxas, braços ou rosto mesmo sem grande alteração no peso.

Genética traça o primeiro mapa

Pesquisas identificam variantes em genes como FTO, MC4R e PPARG que não apenas elevam o risco de sobrepeso, mas também determinam em quais regiões o tecido adiposo tende a se expandir. Há pessoas que já nascem com maior número de adipócitos em áreas específicas; quando engordam, esses locais são os primeiros a aumentar de volume.

Hormônios modulam o formato corporal

O estrogênio favorece o acúmulo de gordura em quadris e coxas, padrão predominante em mulheres em idade fértil. A testosterona preserva massa muscular e limita depósitos na cintura; sua queda progressiva, comum a partir da meia-idade, torna homens mais suscetíveis ao aumento de gordura visceral. Insulina cronicamente elevada e cortisol em excesso — resultado de resistência à insulina, estresse constante ou privação de sono — também reforçam o acúmulo abdominal.

Idade e microbiota acrescentam camadas

Fases como puberdade, pós-parto, menopausa e andropausa alteram os níveis hormonais e, consequentemente, a distribuição de gordura. Paralelamente, desequilíbrios na microbiota intestinal podem aumentar a inflamação de baixo grau e reduzir a sensibilidade à insulina, favorecendo depósitos na região central do corpo.

Hábitos podem reforçar ou reverter padrões

Dormir pouco, consumir grandes quantidades de álcool e açúcares simples, permanecer muitas horas sentado e viver sob forte tensão elevam insulina e cortisol, ampliando predisposições genéticas. “A distribuição de gordura é tão individual quanto uma impressão digital”, afirma o endocrinologista Filippo Pedrinola. Já rotinas com atividade física regular — especialmente treino de força —, alimentação rica em proteínas e pobre em açúcares simples, sono adequado e manejo do estresse melhoram a sensibilidade à insulina e podem reduzir o acúmulo em áreas de maior risco metabólico.

Segundo Pedrinola, “embora a genética exerça forte influência, mudanças consistentes no estilo de vida conseguem modificar esse padrão”. Dessa forma, compreender como genes, hormônios e hábitos interagem auxilia profissionais de saúde a propor estratégias personalizadas, focadas não apenas na perda de peso, mas também em uma distribuição de gordura mais favorável à saúde cardiometabólica.

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